Economia

BCE confirma 4.ª subida das taxas de juro mas ritmo abranda

Desta vez, a subida foi de 50 pontos base mas mais virão, avisa o BCE.

BCE confirma 4.ª subida das taxas de juro mas ritmo abranda
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O Banco Central Europeu (BCE) voltou, esta quinta-feira, a subir as taxas de juro, desta vez em 50 pontos base. Após dois aumentos de 75 pontos base, o ritmo de subida abrandou. Ainda assim, esta é já a quarta vez que as taxas de juro sobem este ano.

“O Conselho do BCE decidiu aumentar as três taxas de juro diretoras do BCE em 50 pontos base e, com base na revisão em alta substancial das perspetivas quanto à inflação, espera continuar a aumentá‑las”, lê-se no comunicado, que avisa que “as taxas de juro ainda terão de aumentar de forma significativa a um ritmo constante, no sentido de serem atingidos níveis que sejam suficientemente restritivos para assegurar um retorno atempado da inflação ao objetivo de 2% a médio prazo”.

O BCE refere que “manter as taxas de juro em níveis restritivos reduzirá, com o tempo, a inflação, ao refrear a procura, e protegerá também contra o risco de uma persistente deslocação, em sentido ascendente, das expectativas de inflação”.

Apesar deste ligeiro abrandamento, é previsível uma nova subida das taxas Euribor e, consequentemente, da prestação do crédito à habitação, e a taxa de facilidade de depósitos, que serve de referência, passará para 2% - o valor mais alto desde 2008.

Citando a estimativa provisória do Eurostat, o BCE sustenta que “a inflação situou‑se em 10,0% em novembro, sendo esta taxa ligeiramente inferior à de 10,6% registada em outubro. A descida deveu‑se sobretudo à menor inflação dos preços dos produtos energéticos. A inflação dos preços dos produtos alimentares e as pressões subjacentes sobre os preços no conjunto da economia intensificaram‑se e persistirão durante algum tempo”.

“Num contexto de incerteza excecional, os especialistas do Eurosistema reviram significativamente em alta as suas projeções para a inflação. (…) e consideram agora que a inflação média atingirá 8,4% em 2022 e descerá depois para 6,3% em 2023, esperando‑se uma descida marcada da inflação no decurso do ano”, lê-se no comunicado.

Face a estas previsões, “projeta‑se então que a inflação se situe, em média, em 3,4% em 2024 e 2,3% em 2025. Quanto à inflação excluindo preços dos produtos energéticos e dos produtos alimentares, projeta‑se que seja, em média, em 3,9% em 2022 e aumente para 4,2% em 2023, descendo depois para 2,8% em 2024 e 2,4% em 2025”.