Há já dezenas de famílias que não estão conseguir pagar o empréstimo da casa ao banco, depois da subida da prestação. Só este mês, em alguns casos, o aumento rondou os 200 euros. E com a decisão de ontem do Banco Central Europeu de aplicar um novo agravamento das taxas de juro, a realidade de muitas famílias irá ficar bastante mais difícil.
São cada vez mais os que recorrem à DECO a pedir ajuda. Natália Nunes diz que “há dezenas de famílias a pedir ajuda porque não conseguem pagar a casa”.
Em dezembro, o agravamento da prestação num empréstimo de 150 mil euros, a 30 anos, com Euribor a seis meses foi de 186 euros para quase 660 euros.
No caso da Euribor a 3 meses, a subida é de 108 euros para cerca de 620 euros.
Quanto aos empréstimos indexados à Euribor a 12 meses, o aumento é de 250 euros para mais de 700 euros.
Os pedidos de informação e aconselhamento junto da DECO começaram em setembro, precisamente numa altura em que o Banco Central Europeu decidiu aplicar uma subida histórica nas taxas de juro. As Euribor dispararam por arrasto e os empréstimos começaram a aumentar.
A curva iniciou esta subida em julho, está agora nos 2,5% depois de novo aumento esta quinta-feira.
Com a inflação a rondar os 10%, o objetivo é cortar este valor até aos 2%.
Apesar de alguns sinais de abrandamento, o Banco Central Europeu acredita que só em 2025 será possível alcançar essa meta.
Uma coisa é certa; à medida que o BCE for aplicando o aumento das taxas de juro como tratamento eficaz para os males da inflação, as prestações da casa vão continuar a subir.