O leasing dos 53 aviões, que a anterior administração da TAP encomendou à Airbus, custa mais de 3.000 milhões de euros. O negócio está a ser investigado pelo Ministério Público. A SIC sabe que a companhia aérea está a ponderar apresentar uma queixa contra a Airbus no Tribunal Arbitral de Londres, caso o gigante da aeronáutica não aceite renegociar os contratos.
Dos 53 aviões encomendados, ainda faltam chegar à TAP 14 - o que deve acontecer até 2025. O negócio de renovação da frota, fechado entre David Neelman e a Airbus, em 2015, terá lesado a companhia em mais de 400 milhões de euros.
A TAP não só perdeu dinheiro com a troca de aeronaves, como está a pagar 20% a mais que os concorrentes pelos novos aviões. Tudo porque, à data Neeleman, assinou um memorando de entendimento com a Airbus. O fabricante de aviões adiantou 226 milhões ao empresário, precisamente o valor que logo a seguir foi usado para comprar a TAP.
À luz da legislação portuguesa e europeia, uma empresa não pode emprestar dinheiro a terceiros para comprar o seu próprio capital. Por isso mesmo, a companhia já pediu vários pareceres jurídicos. O mais recente, a uma das maiores sociedades de advogados do mundo com experiência em casos semelhantes.
O parecer considera que há argumentos para anular o contrato. Mas a SIC sabe que a TAP não tenciona avançar para algo tão extremo. A companhia está a pressionar a Airbus a renegociar os leasings da frota. Só os novos aviões custam à companhia mais de 3.000 milhões de euros, mas, no total, a despesa ultrapassa os 5.000 milhões de euros.
A primeira resposta da Airbus foi negativa. A TAP aguarda agora por desenvolvimentos, mas não descarta a hipótese de recorrer ao Tribunal Arbitral de Londres para fazer valer os seus direitos.