A vereadora da Habitação da Câmara de Lisboa diz que o arrendamento forçado de imóveis considerados devolutos “não vai acontecer” na capital. Em entrevista ao Jornal Público, Filipa Roseta diz que a medida iria trazer mais problemas do que soluções e que a prioridade é aproveitar as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
O arrendamento coercivo - uma das medidas que integram o pacote de apoios à habitação “Mais Habitação” - não se irá concretizar em Lisboa, defende Filipa Roseta, que aponta como principal obstáculo a incapacidade de resposta dos serviços técnicos da autarquia.
“Mais problemas do que soluções”
A vereadora garante que o arrendamento coercivo vai trazer “mais problemas do que soluções”, e aponta que o município tem como prioridade “tantas” outras tarefas, como a como a execução do PRR, que destinou três mil milhões para a área da habitação.
Câmara de Lisboa, “o maior senhorio do país”
Filipa Roseta refere ainda que a Câmara de Lisboa possui 23 mil fogos habitacionais, o que faz com que a autarquia seja “o maior senhorio do país”. Desses mais de 20 mil fogos, a vereadora afirma que cerca de 13 mil necessitam de uma intervenção.
“Se [a Câmara Municipal] tem 13 mil [fogos] para reabilitar ainda vai entrar em casa dos outros para resolver [problemas]?”, questiona a responsável pelo pelouro da Habitação do município de Lisboa.
A medida do arrendamento coercivo é considerada a mais polémica do pacote governamental da habitação.