Economia

Queda do Credit Suisse pode causar consequências no desporto

O banco é um dos mais vigorosos patrocinadores de várias atividades desportivas, com o futebol à cabeça, mas também a equitação, o golfe e o ténis, modalidade que teve no suíço Roger Federer a figura mais proeminente.

Logotipos dos bancos suíços UBS e Credit Suisse, em Zurique.
Logotipos dos bancos suíços UBS e Credit Suisse, em Zurique.
DENIS BALIBOUSE

A queda do Credit Suisse abalou o sistema bancário suíço, mas se o anúncio da compra pelo rival UBS parece ter acalmado os mercados, o tecido desportivo no país - e não só - ainda pode vir a sofrer consequências.

O banco é um dos mais vigorosos patrocinadores de várias atividades desportivas, com o futebol à cabeça - apoia a seleção nacional e a Liga suíça -, mas também a equitação, o golfe e o ténis, modalidade que teve no suíço Roger Federer a figura mais proeminente.

"Por enquanto, continuamos a cumprir os nossos compromissos sem qualquer alteração", disse à agência noticiosa francesa AFP um porta-voz do Credit Suisse, que têm 'interesses' substancialmente diferentes do UBS, que apoia a Fórmula 1, atletismo e hóquei no gelo.

Contrato com seleção suíça termina em 2024

Há 30 anos que o Credit Suisse é o principal patrocinador da Federação Suíça de Futebol (ASF). O contrato em vigor termina em 30 de junho de 2024 e ascende, segundo o diário Blick, a cinco milhões de francos suíços anuais (aproximadamente a mesma quantia em euros, ao câmbio de hoje).

"Temos mantidos conversas produtivas com o Credit Suisse, que nos assegurou que os contratos em vigor serão honrados", disse na segunda-feira Adrian Arnold, assessor de comunicação da ASF.

O organismo federativo gostaria mesmo que a parceria iniciada em 1993 se prolongasse além de 2024 e assegurou que a imagem do banco continuará a figurar nos equipamentos oficiais da seleção, pelo menos, enquanto a marca Credit Suisse subsistir.

Liga de futebol da Suíça é patrocinada pelo Credit Suisse

O segundo maior banco do país é também o principal patrocinador da Liga de futebol, cujo nome oficial é Credit Suisse Super League, através de um contrato que se prolonga até 2025 e, de acordo com o Blick, permite um encaixe por época de oito milhões de francos suíços ao organizador da prova.

O banco é também o mais importante apoiante da candidatura helvética à organização do Europeu de futebol feminino de 2025, cujo país anfitrião será anunciado em 4 de abril, menos de um mês após ter sido salvo da falência pela decisão conjunta com o UBS, governo suíço e o banco central.

Roger Federer é embaixador da marca

Roger Federer, um dos melhores tenistas de sempre, terminou a carreira em setembro de 2022, mas manteve-se como embaixador da marca Credit Suisse e, já em janeiro de 2023, o banco manifestava a vontade de "passar os próximos anos juntos", reafirmando o apoio à modalidade.

O Credit Suisse apoia também o golfista espanhol Sergio Garcia, a Fundação Suíça de Ajuda ao Desporto, o campeonato oficial suíço de desporto escolar e adquiriu o direito de atribuir o nome da instituição bancária a um futuro estádio de grandes dimensões em Zurique.