O banco suíço UBS vai comprar o Credit Suisse por mais de 2.000 milhões de dólares (cerca de 1.870 milhões de euros), após intensas negociações, indicaram este domingo o Financial Times e a agência Bloomberg. Presidente da Suíça, Alain Berset, considera que esta é melhor forma de "restaurar a confiança".
As negociações que decorreram ao longo do fim de semana envolveram os dois bancos, o Governo, o banco central e a entidade reguladora.
Como parte do acordo, as partes concordaram com uma modificação da legislação para evitar que esta decisão de compra seja submetida a voto dos acionistas do UBS, segundo uma fonte do jornal, citada pela agência EFE.
Segundo o jornal, citado também pela AFP, a UBS aceitou duplicar o montante que inicialmente propusera, para ultrapassar as reservas colocadas pelo Credit Suisse e por um dos seus principais acionistas.
A transação terá um valor de 3.000 milhões de francos suíços (3,02 mil milhões de euros), que serão pagos em ações UBS, ou seja, com um valor de 0,76 francos por ação do Credit Suisse, que valia 1,86 francos suíços no encerramento do mercado na sexta-feira.
O Credit Suisse registou nos últimos dias uma forte queda em bolsa, tendo encerrado na sexta-feira a perder 8%. Ao longo da semana acumulou uma descida de mais de 25%.
Solução “decisiva” para o sistema financeiro
A solução "não é apenas decisiva para a Suíça [...] , mas para a estabilidade do sistema financeiro" mundial, afirmou Berset, em declarações à imprensa, na presença dos presidentes dos dois bancos, Colm Kelleher, do UBS, e Axel Lehmann, do Credit Suisse.
A ministra das Finanças suíça, Karin Keller-Sutter, declarou que a falência do Credit Suisse poderia provocar "danos económicos irreparáveis".
"Por essa razão, a Suíça deve assumir responsabilidades além de suas próprias fronteiras", acrescentou a ministra.