Economia

Crise no Credit Suisse: Banco de Portugal não comenta eventuais riscos para Portugal

Bolsa reagiu de forma positiva à subida da cotação do Credit Suisse. Em Lanzarote, durante a cimeira ibérica, António Costa sublinhou a estabilidade das condições bancárias na Europa.

Banco de Portugal
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Em Portugal, a bolsa reagiu de forma positiva à subida da cotação do Credit Suisse, depois da injeção de dinheiro do banco central helvético. Quanto a eventuais riscos para a banca portuguesa, o Banco de Portugal não faz qualquer comentário.

Contactado pela SIC, o Banco de Portugal diz estar a acompanhar a situação, mas recusa fazer comentários sobre eventuais riscos para os bancos portugueses.

O tempo é de espera e de análise, mas é opinião generalizada que será muito reduzida a exposição direta dos bancos portugueses ao Credit Suisse. Trata-se de informação que não é pública e é difícil de saber.

Por outro lado, a bitola da supervisão em Portugal e na Europa é mais elevada do que, por exemplo, nos Estados Unidos. Uma ferramenta que salvaguarda de forma mais eficaz a exposição dos bancos.

Além disso, o próprio Banco Central Europeu garante liquidez ao euro sistema, uma rede de segurança para todos os participantes no mercado.

Também o primeiro-ministro está confiante no sistema europeu de supervisão. Em Lanzarote, durante a cimeira ibérica, António Costa sublinhou a estabilidade das condições bancárias na Europa.

Não estando a banca portuguesa diretamente exposta ao risco suíço, os efeitos indiretos podem, no entanto, acontecer principalmente devido ao clima criado pela falência do banco norte americano Silicon Valey e, agora, pela situação do Credit Suisse.

Sinais positivos

Mas há sinais positivos, apesar de tudo. Esta quinta-feira, a bolsa portuguesa registou ganhos de quase 1% durante a manhã, com o BCP a recuperar acima dos 2%, relativamente à queda que tinha sofrido no dia anterior, na ordem dos 8%.

Aliás, a subida das ações do Credit Suisse, de mais de 30%, teve efeitos nas principais praças europeias que abriram também em terreno positivo.

Resta agora saber o que vai decidir o Banco Central Europeu sobre a subida das taxas de juro, dividido entre duas realidades: aumentar os juros para conter a inflação ou inverter esta estratégia por receio do efeito deste aumento na carteira dos bancos, ou seja, que a pressão dos juros possa fazer disparar uma crise no sistema bancário.