A suspensão da série E dos Certificados de Aforro e a sua substituição pela nova série F gerou várias críticas da oposição que acusa o Governo de ceder ou fazer um favor aos bancos. A acusação foi rejeitada pelo secretário de Estado das Finanças, que afirmou que "houve cedência zero à banca". O economista João Duque explica porque concorda.
“Eu compreendo a atitude do Secretário de Estado do Governo ao anunciar uma redução desta taxa. Porque é uma taxa que estava a desequilibrar de uma forma muito rápida e em excesso e, portanto, a canalizar para o Estado em excesso poupança de portugueses que o Estado não tem necessidade e que não conseguia fazer uma aplicação adequada”.
Nas políticas de gestão do dinheiro público, no caso concreto, de financiamento do Estado, “a ideia é fazer uma gestão adequada também do lado da dívida pública”.
A alternativa para estas aplicações, “seria, por exemplo, comprar dívida pública já emitida anteriormente”, tendo em conta que o défice está controlado e que “não há necessidade de tesouraria com este volume, até porque as receitas do Estado por via dos impostos estão a correr muito bem, estão a correr muito melhor do que era expectável”.
“O Estado está a ficar com dinheiro, que não sabe onde é que vai aplicar”.
Certificados de Aforro continuam atrativos para os aforradores
O economista aconselha as pessoas a comparar “aquilo que a oferta no mercado com aquilo que é a remuneração dos certificados de aforro”.
“Neste momento, os Certificados de Aforro ainda são atrativos e está na nossa mão continuarmos a fazer pressão, movimentando [dinheiro] de bancos que nos oferecem menos para os Certificados de Aforro”.