Portugal registou um dos maiores aumentos no preço do gás da União Europeia. Os preços, durante o primeiro semestre deste ano, subiram quase 70%. Em sentido contrário, a fatura da luz ficou 6% mais barata.
Não está no topo dos que mais sentiram um agravamento da fatura do gás natural. Mas anda lá próximo: no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, Portugal registou uma subida de quase 70%.
O preço médio do gás para uso doméstico passou para pouco mais de 14,06 euros por 100 quilowatt-hora – um valor acima da média europeia, que regista 11,90 euros por 100 quilowatt-hora.
Segundo os dados do Eurostat, o gabinete de estatísticas de Bruxelas, Portugal fica em sexto lugar. No top 5 dos países com maiores aumentos estão a Letónia, na Roménia, na Áustria, Países Baixos e Irlanda.
O boletim do Eurostat, divulgado esta quinta-feira, sublinha que o custo do gás natural, sem impostos, tem vindo a diminuir e, por isso, alguns países começam a retirar as medidas de apoio, o que acaba por ter impacto nas faturas.
Quanto à eletricidade, Portugal surge na outra ponta da tabela: está em entre os seis países que registaram maiores descidas. A lista é liderada por Espanha (com quebras superiores a 40%), seguido da Dinamarca (com 16%).
O preço médio pago por 100 quilowatt-hora em Portugal desceu para 20,71 euros e fica abaixo da média europeia (28,90 euros por 100 quilowatt-hora).
De acordo com o Eurostat, tudo é explicado com as medidas de desagravamento fiscal de 2022, que não foram continuadas em 2023. Além disso, há que ter em conta os impostos sobre a energia elétrica, que duplicaram para os agregados familiares.