Economia

Apagão: prejuízos no Porto superiores no comércio local, Lisboa sem levantamento

Uma semana após o apagão ibérico, a Associação de Comerciantes do Porto (ACP) e a Associação de Dinamização da Baixa Pombalina em Lisboa estão a recolher dados sobre os prejuízos nos lojistas e restauração. O comércio local foi o mais afetado, com perdas superiores às do grande retalho.

Apagão: prejuízos no Porto superiores no comércio local, Lisboa sem levantamento

A Associação de Comerciantes do Porto (ACP) disse, esta segunda-feira, uma semana após o apagão ibérico, estarem ainda a ser recolhidos dados sobre os prejuízos nos lojistas e restauração, adiantando que serão superiores no comércio local.

Em declarações à agência Lusa, Rubens Carvalho, presidente da ACP, explicou que o balanço sobre os prejuízos no comércio "está ainda a ser feito, porque nem todos os dados estão recolhidos nos vários setores que são diferenciados".

"Foi um dia perdido, sobretudo no comércio local, que é, sem sombra de dúvidas, aquele com prejuízos mais notórios, que serão sempre superiores ao do grande retalho", disse, considerando que na restauração os prejuízos "já foram anteriores ao período do almoço" e que nas mercearias, com arcas, a falta de energia "criou restrições no acesso" aos produtos.

Maior preocupação dos lojistas "foi com a segurança"

Por seu turno, o vice-presidente da Associação de Dinamização da Baixa Pombalina, em Lisboa, Vasco Melo, reconheceu que a maior preocupação dos lojistas desta zona da capital "foi com a segurança" caso a eletricidade não voltasse durante a noite, admitindo não ter sido feito "qualquer balanço".

"Muitos dos comerciantes chegaram a dizer que iriam pernoitar nas lojas caso a falta de eletricidade se mantivesse durante a noite, não porque não conseguiam fechar os espaços, mas por uma questão de segurança", explicou.

Vasco Melo sublinhou à agência Lusa que durante a segunda-feira passada a "restauração esteve sempre a funcionar, nomeadamente as esplanadas", frisando que a consequência maior "foi na faturação", devido ao não funcionamento das caixas registadoras eletrónicas.

De acordo com o responsável, a "Baixa de Lisboa não é perigosa durante a noite", apesar da presença de "alguns indesejáveis" e, "como as pessoas estavam algo alarmadas, tinham intenção de pernoitar nas lojas porque não havia sistemas de segurança".

Vasco Melo alerta que compete à tutela "arranjar soluções"

"Mas, esteve sempre tudo a funcionar, o que facilitou a vida aos turistas", disse o responsável, adiantando que, pelas 14:00/15:00, a "loja da Zara do Rossio resolveu fechar", pelo que a "inatividade de grande parte das lojas aconteceu durante a tarde".

O presidente da Associação dos Comerciantes do Porto alerta, entretanto, que compete à tutela "arranjar soluções, instituindo uma resposta mais rápida para suprir a falta de energia quando [esta] é superior a duas/três horas".

Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do apagão.

O operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes garantiu, na manhã do dia seguinte, terça-feira, que o serviço estava já totalmente reposto e normalizado em Portugal.