Anastácio Alves, o antigo padre acusado de cinco crimes de abuso sexual que se tentou entregar na Procuradoria-Geral da República (PGR), já foi notificado. A GNR encontrou-o, na tarde desta terça-feira, na morada indicada pela defesa.
Foi através de uma procuração e de um requerimento que a defesa do antigo padre indicou a morada para que Anastácio Alves fosse notificado da acusação. Na manhã desta terça-feira, a pedido do Ministério Público do Funchal, a GNR esteve na morada indicada, em São Martinho do Porto
Depois da insistência, a porta do edifício acabou por ser aberta pelos vizinhos, mas sem a presença do antigo padre. A notificação não foi entregue durante a parte da manhã.
A SIC sabe que depois da tentativa falhada, a GNR contactou o antigo padre pelo telemóvel que se mostrou disponível para se encontrar com os militares durante a tarde. A notificação da acusação acabou por ser entregue em mãos
Há 15 dias, Anastácio Alves tentou apresentar-se, de forma voluntária, na PGR de Lisboa, mas sem sucesso. Nesse dia, a PGR acabou apenas por dar uma indicação ao antigo padre que se dirigisse ao Tribunal do Funchal, onde consta a acusação de cinco crimes de abuso sexual ao mesmo menor.
As primeiras queixas contra Anastácio Alves por abuso sexual de menores aconteceram há quase 18 anos. Era, na altura, padre numa paróquia na Madeira. Na sequência da primeira denúncia, Dom Teodoro Faria, bispo à época da região autónoma, mudou o padre de paróquia. Na segunda queixa, transferiu-o para a Suíça e depois para França.
Em 2018, Anastácio Alves abandonou a paróquia em Paris, sem deixar rasto. Um ano depois pediu à Diocese do Funchal para abandonar o sacerdócio. O Vaticano aceitou três anos depois.