A carta partiu de um grupo sem organização formal de católicos residentes no Porto, que garantem estar genuinamente preocupados com o tema dos abusos sexuais de crianças na Igreja.
Escreveram ao Bispo Manuel Linda para dar conta de alguma insatisfação com a forma como tem lidado com este caso:
"Sentimos agora a necessidade de dar nota pública de como não nos animam as não decisões, a falta de sentido de urgência e de clareza."
Este grupo de 441 católicos pede mais coerência, mas também transparência. Um dos aspetos apontados na atuação do Bispo do Porto tem a ver com o facto de ter afastado temporariamente apenas três dos sete padres suspeitos de abusos sexuais ainda no ativo na diocese.
“Na semana passada, ficámos a saber que o nosso bispo optou por remeter ao Vaticano e ao Ministério Público quatro processos a respeito de outros sacerdotes, sem tomar qualquer decisão cautelar no plano pastoral (seja em que sentido for) e sem partilha de qualquer fundamentação.”
A diocese do Porto já respondeu, entretanto, a esta carta aberta e garante ter enviado para a Procuradoria-Geral da República todos os nomes que recebeu, à exceção dos padres que já morreram.
Numa nota à imprensa, a diocese assegura também que as preocupações apresentadas na carta são as mesmas do Bispo do Porto: prioridade às vítimas e erradicar da vida da Igreja os abusos sexuais de crianças.