Acidente no Elevador da Glória

Relatório confirma que cabo do Elevador da Glória cedeu e guarda-freios acionou travões

São as primeiras informações oficiais sobre o acidente desde o dia da tragédia. O relatório confirma ainda que na manhã do dia do acidente havia sido realizada uma inspeção visual programada, mas que a zona onde o cabo cedeu "não é passível de visualização sem desmontagem".

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O primeiro relatório sobre o acidente do elevador da Glória comprova o que já se suspeitava: o cabo que unia as duas cabinas cedeu. Mas acrescenta que o guarda-freios acionou de imediato os travões.

De acordo com o relatório, as cabinas não teriam percorrido mais de seis metros quando perderam "subitamente a força de equilíbrio pelo cabo de ligação que as une".

De imediato, o guarda-freios do veículo "acionou o freio pneumático bem como o freio manual", contudo, as ações "não tiveram efeito em reduzir a velocidade do veículo", que ganhou velocidade e terá sofrido o primeiro embate a cerca de 60 km/h. Estes eventos decorreram em menos de 50 segundos.

No relatório, os especialistas indicam ainda que os freios "não têm a capacidade suficiente para imobilizar as cabinas em movimento sem estas terem as suas massas em vazio mutuamente equilibradas através do cabo de ligação". Desta forma, "não constitui um sistema redundante à falha dessa ligação".

Sobre a manutenção do equipamento, a nota informa que, segundo as evidências observadas até ao momento, esta estava em dia. Confirma também que na manhã do dia do acidente havia sido realizada uma inspeção visual programada. No entanto, sublinham que a zona onde o cabo cedeu "não é passível de visualização sem desmontagem".

No final do relatório, o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAF) reforça que ainda não é possível retirar quaisquer conclusões quanto às causas do acidente, considerando que a informação está incompleta porque ainda decorre a investigação.

É também referido que a investigação do GPIAAF não tem como objetivo o "apuramento de culpas ou determinação de responsabilidades".

O documento é apresentado pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários. O gabinete prevê publicar o relatório preliminar dentro de 45 dias.