Alexandra Leitão, reagiu esta segunda-feira às declarações de Carlos Moedas que, em entrevista ao Jornal da Noite da SIC, a acusou de ser "dissimulada" e "cínica". A candidata do PS à câmara de Lisboa disse estar "relativamente habituada aos ataques pessoas", mas que desta vez "atingiram um limite" que considerou "bastante inaceitável".
"É um facto que ontem atingiram um limite que eu considero bastante inaceitável, mas eu não me vou deter a falar sobre isso. Os ataques pessoais e os insultos dizem mais de quem os profere do que de quem os recebe."
A candidata do PS respondeu a Carlos Moedas acusando-o de "inação" por, em 96 horas, não ter "convocado o Executivo (...) foi para o Conselho de Ministros - se isso é ir para o terreno também tenho dúvidas - não se percebeu bem-fazer o quê, não falou, tirando ontem, aos lisboetas e quando falou ontem aos lisboetas foi para insultar e não para dar soluções".
"Não é aproveitamento político pedir esclarecimentos"
A candidata socialista disse que o seu foco neste momento está em apresentar "propostas para apresentar a confiança" dos lisboetas e realçou os resultados apresentados no relatório do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários.
"Ao contrário do que tem sido tentado passar, a verdade é que o relatório, a nota técnica de ontem, de anteontem, diz-nos já duas coisas muito claras. A primeira é que o sistema de redundância não chega e a segunda é que as vistorias a olho nu não detectam problemas como os que aconteceram. Então é preciso mudar alguma coisa".
Questionada sobre se as conclusões apresentadas eram razão suficiente para pedir a demissão de Carlos Moedas, disse limitar-se neste momento a "pedir mais esclarecimentos e o apuramento de responsabilidades".
"Não direi mais do que isto nesta fase, porque exatamente, agora isto não é aproveitamento político, pedir esclarecimentos é o que é exigido para que as pessoas restaurem a sua confiança nas estruturas municipais, designadamente aqui da mobilidade, e para honrar as vítimas."
"Eu não exigi nunca, com os dados que temos, a demissão do engenheiro Carlos Moedas"
Questionada, ainda, sobre se numa situação se estivesse numa situação semelhante apresentaria a sua demissão, respondeu: “Eu não exigi nunca, com os dados que temos, a demissão do engenheiro Carlos Moedas. E não o farei agora aqui, assim como não anteciparei cenários que espero nunca aconteçam quando eu for Presidente da Câmara Municipal de Lisboa".
Sobre a questão do investimento, Alexandra Leitão citou um "polígrafo" que diz ter confirmado aquilo que disse “a várias televisões”.
"A carta que Carlos Moedas tornou pública que aumentou em 30% a manutenção da Carris é uma carta falaciosa porque, na verdade, como ficou demonstrado, o investimento na manutenção daquele tipo de elevadores foi de 4%, o que significa que, na prática é, digamos, para uma pessoa que dá tanta importância à comunicação, um erro de comunicação", ironizou.