No aeroporto de Cabul, a situação é cada vez mais dramática. Começam a faltar água e comida para os milhares de pessoas que tentam chegar aos terminais e repetem-se os casos de mães desesperadas, que entregam os próprios filhos aos militares norte-americanos.
O desespero está em todo o lado, principalmente nas crianças que choram e em mães que se despedem dos filhos.
Há cinco dias que o aeroporto de Cabul está transformado num autêntico limbo: pode abrir a porta para a sobrevivência ou o caminho de volta à repressão.
Entre os milhares que sonham voar para fora da capital afegã, há dezenas de famílias com crianças. Dormem ao relento, numa altura em que começam a faltar comida e água.
Para lá dos muros, quatro mil militares norte-americanos controlam o Aeroporto Hamid Karzai. Do lado de cá, são os talibã que ditam as regras.
Somam-se os relatos de ataques e intimidação à população, que tenta fugir.
Aviões militares de todo o mundo não param de rasgar os céus, que nunca como agora pareceram mais seguros do que a própria terra.