O Presidente doe Estados Unidos, Joe Biden, diz que a retirada do Afeganistão foi um sucesso. Mas, do terreno continuam a chegar relatos desesperados de quem está a tentar fugir.
A lei da bala continua a vigorar no Afeganistão e tem sido usada para controlar a corrida desenfreada dos cidadãos às poupanças. Ninguém diria que a guerra terminou.
Um dia depois da retirada dos Estados Unidos, os talibã prometeram anunciar um novo Governo em breve. Admitem que poderá vir a contar com a colaboração de mulheres, mas vai de fora antigos funcionários do Estado.
Na segunda-feira terminou a mais longa guerra da história dos Estados Unidos. Quatro presidentes, quase seis biliões de dólares e milhares de vítimas depois, chegam ao fim os 20 anos de ocupação militar norte-americana no Afeganistão.
Para trás ficaram os despojos do conflito. Nas mãos do inimigo estão agora 73 aeronaves, 70 blindados e 27 humvees que os militares norte-americanos garantem ter tratado de desativar.
Horas depois da saída das tropas aliadas, Biden tentou virar a página: defendeu que a retirada foi um sucesso e sublinhou que o resgate de mais de 120 mil pessoas em pouco mais de duas semanas. Foi a maior operação de evacuação da história, mas, ainda assim, não chegou para resgatar todos os que estão a tentar fugir do Afeganistão.
Também o Papa Francisco se pronunciou sobre o fim da guerra no Afeganistão, citando a Chanceler alemã Angela Merkel - numa frase que, afinal, é da autoria do Presidente russo Vladimir Putin.
Nas últimas horas, os talibã dizem ter cercado a única província que ainda não controlam. Dominam, nesta altura, mais território do que quando foram expulsos do poder, em 2001.
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