Afeganistão

Afeganistão. Turquia acusa União Europeia de receber menos refugiados do que tinha prometido

"A Europa não cumpriu a sua palavra e não recebeu a quantidade de refugiados que prometeu"

Cidadão afegã com um bebé ao colo no campo de refugiados da Cruz Vermelha, em Itália.
Cidadão afegã com um bebé ao colo no campo de refugiados da Cruz Vermelha, em Itália.
Guglielmo Mangiapane

A Turquia acusou a União Europeia (UE) de receber menos refugiados do que tinha prometido e insistiu que o país não pode assumir a responsabilidade por mais migrantes, defendendo uma solução internacional para os que fogem do Afeganistão.

"A Europa não cumpriu a sua palavra e não recebeu a quantidade de refugiados que prometeu", disse o ministro turco das Relações Exteriores, Malvüt Çavusoglu, na terça-feira numa conferência de imprensa com o seu homólogo da Sérvia, em Belgrado.

Segundo Çavusoglu, a Turquia é "atualmente o país que mais migrantes já recebeu" e a sua capacidade de continuar a acolhê-los é limitada.

"A Turquia cumpriu, até agora, as suas promessas sobre os migrantes, mas será injusto esperar que recebamos ainda mais e mais migrantes", insistiu.

O governante precisou que se encontram na Turquia, atualmente, mais de 300 mil refugiados afegãos, metade dos quais de forma ilegal.

Questionado sobre se a Turquia pode receber mais refugiados, face à previsível fuga massiva de cidadãos do Afeganistão após a tomada do poder pelos talibãs e a saída das tropas internacionais do país, o ministro turco insistiu na necessidade de se encontrar uma solução integral para o problema.

"Antes de considerar se os imigrantes vão chegar à Turquia, é necessário encontrar uma solução internacional conjunta desde a raiz para esta onda de migração, para que não haja uma enchente", afirmou.

Çavusoglu frisou também que é necessário enviar ajuda humanitária para o Afeganistão e tomar todas as medidas necessárias para impedir ataques terroristas.

Informou ainda que a Turquia está a avaliar o problema com as autoridades de muitos países, incluindo com os do G7, o Irão e com o próprio governo dos talibãs.

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