Os combates a norte de Cabul, no Afeganistão, intensificam-se. Os confrontos centram-se agora na única província que ainda não é controlada pelos talibã.
Fica localizada numa região montanhosa, a norte de Cabul, e é uma das mais pequenas províncias do país. O vale do Panshir é a única região que ainda não está nas mãos dos radicais. Aqui a resistência aos talibã está a ser feita por milícias locais e antigos membros das forças de segurança afegãs.
Quem está do lado da resistência, garante que a guerra não terminou, mas admite que os talibã estão a ganhar terreno. Nas ultimas horas, cortaram as redes de comunicação e intensificaram os combates. Com a ofensiva, os radicais procuram conquistar a região antes de anunciarem o novo Governo.
A oposição não vem só das montanhas: nas ruas de Cabul, várias mulheres juntaram-se este sábado num protesto pela igualdade, mas acabaram cercadas por militantes armados.
São cada vez menos os que ousam desafiar o poder e cada vez mais os que tentam fugir. Depois do aeroporto de Cabul, a fronteira com o Paquistão é agora uma das principais portas de saída.
Quase uma semana após a retirada os EUA mantêm a posição: não vão reconhecer um governo talibã, mas admitem negociar com os radicais. Com a via do dialogo, Washington quer evitar que regime afegão reforce laços com países como a Rússia, de onde continuam a chegar criticas à intervenção militar norte-americana.
Com a Rússia e a China à espreita para aumentarem a influencia na região, os EUA procuram não perder tempo. Este sábado, o secretario de estado norte-americano esteve no Qatar para intensificar contactos com os talibã.
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