Reunidos, esta sexta-feira na Eslovénia, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia anunciaram as condições que os Talibã no poder no Afeganistão têm de respeitar para que haja "relações operacionais" que, no entanto, não significam reconhecimento de legitimidade.
Os Talibã terão de:
- garantir que o país não volta a tornar-se uma base de exportação de terrorismo para mundo;
- que respeitam os direitos humanos, em particular os direitos das mulheres, o Estado de direito e a liberdade de imprensa;
- que se comprometem a estabelecer um governo de transição inclusivo e representativo através de negociações entre forças políticas;
- que dão condições de segurança para o acesso da ajuda humanitária;
- ainda que vão cumprir o compromisso de deixar sair do país todos aqueles que assim o desejarem;
A União Europeia diz que está disponível para estabelecer "uma presença conjunta em Cabul, se as condições de segurança o permitirem".
Os 27 mostram-se assim abertos a trabalhar em contacto com os Talibã, embora não reabram as embaixadas e não volte a haver uma delegação no Afeganistão como se nada tivesse acontecido, garantem os Estados-membros.
Ainda sem Governo conhecido, apesar de fontes dos Talibã dizerem agora que será o co-fundador e número dois do movimento fundamentalista a chefiar o novo executivo, o Afeganistão continua à espera.
Os resistentes aos Talibã no Vale de Panshir, a nordeste de Cabul, continuam a lutar. Os dois dizem ter ganho território e feito várias vítimas.
Panshir continua a ser a única das 34 províncias afegãs que não caiu nas mãos talibãs tal como aconteceu entre 1996 e 2001, o anterior período de poder dos Talibã no Afeganistão.
Em Herat, juntaram-se cerca de 10 mulheres que lutam pela igualdade de género na quinta-feira. Esta sexta-feira estiveram em frente ao Palácio Presidencial.
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