Um bombista suicida matou, esta sexta-feira, 46 pessoas, e feriu centena e meia, numa mesquita xiita de Kunduz, sendo este, reivindicado pelo Daesh, o maior atentado no Afeganistão desde a chegada ao poder dos talibã.
Acionada por um bombista suicida, a explosão provocou centenas de vítimas e destruiu praticamente a mesquita de Gozar-e-Sayed Abad.
Em Kunduz, no norte do Afeganistão, o templo estava apinhado de fiéis esta sexta-feira, o dia da Grande Oração para os muçulmanos.
O alvo foi a comunidade hazara, xiita e que é frequentemente atacada por grupos ligados à maioria sunita.
"Por que é que isto está a acontecer com os muçulmanos? Que religião devemos adotar onde não há nada como isto e matar muçulmanos é proibido? Acreditem, não consigo falar mais. Não consigo dizer quantos cadáveres levei no meu carro. Não havia ambulâncias. Que Deus tenha misericórdia de todos os muçulmanos", diz um cidadão afegão.
A ação terrorista foi já reivindicada pelo autointitulado Estado Islâmico.
É o maior atentado em solo afegão desde a retirada das tropas americanas e da conquista do país pelos talibã.
Em Cabul, ainda esta semana, o novo poder afegão tinha dado oficialmente garantias de segurança.
E em reação a outro dois atentados em mesquitas, as forças talibã lançaram uma operação militar, destruindo uma célula de combatentes do Daesh implantada na capital do Afeganistão.
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