Ataque no Centro Ismaili

Ministério Público abre inquérito ao ataque no Centro Ismaili

Homicida é beneficiário, como refugiado, do estatuto de proteção internacional e não era alvo de "qualquer sinalização" pelas autoridades. No ataque no Centro Ismaili, em Lisboa, duas mulheres foram mortas.

Ataque ao Centro Ismaili, em Lisboa
Ataque ao Centro Ismaili, em Lisboa
ANTONIO COTRIM

O Ministério Público (MP) abriu um inquérito ao ataque ocorrido no Centro Ismaili, em Lisboa, na terça-feira, do qual resultaram dois mortos, segundo uma nota publicada no site da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A investigação está a cargo da Polícia Judiciária, sob a orientação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do MP, encontrando-se sujeita a segredo de justiça.

Duas mulheres foram mortas no Centro Ismaili, em Lisboa, na terça-feira, num ataque com uma arma branca por um refugiado afegão que foi detido e que está hospitalizado após ter sido baleado pela polícia.

O homicida agora detido é beneficiário, como refugiado, do estatuto de proteção internacional e não era alvo de "qualquer sinalização" pelas autoridades.

PJ afasta indícios de terrorismo ou motivação religiosa

A Polícia Judicária (PJ) anunciou esta quarta-feira que o ataque perpetuado no Centro Ismaili, esta terça-feira, não tem motivações religiosas e, por isso, não terá sido um ataque terrorista.

“Estão afastados todos os sinais de que possamos estar na prática de um crime motivado religiosamente, ou a falar de terrorismo. Esse sinal está praticamente afastado”, afirma Luís Neves, diretor nacional da PJ.

Suspeito do ataque transferido para o Curry Cabral

O suspeito do ataque de terça-feira ao Centro Ismaili foi transferido do Hospital de São José para o Curry Cabral, em Lisboa, apurou a SIC. A Polícia Judiciária (PJ) deverá realizar esta quarta-feira buscas na casa de Abdul Bachir.

O agressor foi operado no Hospital de São José, sob custódia policial, na terça-feira. No entanto, foi, entretanto, transferido para o serviço de ortopedia do Hospital Curry Cabral.

Ao que a SIC apurou, trata-se de um refugiado afegão ismaelita, residente em Odivelas, é viúvo, após ter perdido a mulher num campo de refugiados na Grécia, e pai de três filhos menores, com 9, 7 e 4 anos de idade. O suspeito terá 29 anos e sofrerá de problemas psiquiátricos.

O homem terá recebido um telefonema, antes do ataque, que o deixou alterado.

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O afegão fez um vídeo em outubro de 2021, antes de vir para Portugal. Nele, Abdul Bashir pedia apoio através da rede SOS Refugiados.

Abdul Bashir, afegão que atacou Centro Ismaili
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