O Ministério Público (MP) abriu um inquérito ao ataque ocorrido no Centro Ismaili, em Lisboa, na terça-feira, do qual resultaram dois mortos, segundo uma nota publicada no site da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A investigação está a cargo da Polícia Judiciária, sob a orientação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do MP, encontrando-se sujeita a segredo de justiça.
Duas mulheres foram mortas no Centro Ismaili, em Lisboa, na terça-feira, num ataque com uma arma branca por um refugiado afegão que foi detido e que está hospitalizado após ter sido baleado pela polícia.
O homicida agora detido é beneficiário, como refugiado, do estatuto de proteção internacional e não era alvo de "qualquer sinalização" pelas autoridades.
PJ afasta indícios de terrorismo ou motivação religiosa
A Polícia Judicária (PJ) anunciou esta quarta-feira que o ataque perpetuado no Centro Ismaili, esta terça-feira, não tem motivações religiosas e, por isso, não terá sido um ataque terrorista.
“Estão afastados todos os sinais de que possamos estar na prática de um crime motivado religiosamente, ou a falar de terrorismo. Esse sinal está praticamente afastado”, afirma Luís Neves, diretor nacional da PJ.
Suspeito do ataque transferido para o Curry Cabral
O suspeito do ataque de terça-feira ao Centro Ismaili foi transferido do Hospital de São José para o Curry Cabral, em Lisboa, apurou a SIC. A Polícia Judiciária (PJ) deverá realizar esta quarta-feira buscas na casa de Abdul Bachir.
O agressor foi operado no Hospital de São José, sob custódia policial, na terça-feira. No entanto, foi, entretanto, transferido para o serviço de ortopedia do Hospital Curry Cabral.
Ao que a SIC apurou, trata-se de um refugiado afegão ismaelita, residente em Odivelas, é viúvo, após ter perdido a mulher num campo de refugiados na Grécia, e pai de três filhos menores, com 9, 7 e 4 anos de idade. O suspeito terá 29 anos e sofrerá de problemas psiquiátricos.
O homem terá recebido um telefonema, antes do ataque, que o deixou alterado.

Afegão fez vídeo há dois anos a pedir apoio ao SOS Refugiados
O afegão fez um vídeo em outubro de 2021, antes de vir para Portugal. Nele, Abdul Bashir pedia apoio através da rede SOS Refugiados.