Eleições Autárquicas

José Luís Carneiro diz que se pode confiar no PS porque nunca estará com quem ataca a democracia

 O líder do PS lamentou quem se tem "deixado confundir" com partidos que atacam a democracia, numa crítica implícita ao PSD em relação ao Chega, apesar de nunca dizer os nomes dos partidos.

José Luís Carneiro diz que se pode confiar no PS porque nunca estará com quem ataca a democracia
Paulo Cunha

O secretário-geral do PS criticou este sábado quem já se tenha "deixado confundir" com o Chega e assegurou aos portugueses que podem confiar nos candidatos socialistas às autárquicas, porque nunca estarão ao lado de quem quer atacar a democracia.

"Podem confiar nas candidatas e nos candidatos do PS, porque, no dia 12 à noite, mesmo que não consigam alcançar as maiorias que desejavam, eles serão a garantia destes valores que aqui estivemos a referir e nunca se colocarão do lado daqueles que querem atacar a democracia e o estado de direito democrático. É esta a garantia fundamental", comprometeu-se José Luís Carneiro, na reta final do seu discurso na Convenção Autárquica Nacional do PS, que assinalou a 'rentrée' do partido.

O líder do PS lamentou quem se tem "deixado confundir" com partidos que atacam a democracia, numa crítica implícita ao PSD em relação ao Chega, apesar de nunca dizer os nomes dos partidos.

"Mas nós estamos cá, o PS está cá para garantir a todos os portugueses que seremos os fiéis depositários desses valores fundamentais", prometeu.

Carneiro disse que, nos últimos dias, muitas pessoas com quem esteve um pouco por todo o país lhe lembraram o Comício da Fonte Luminosa, em julho de 1975, no período após a revolução. 

"Foi nessa altura que Mário Soares reafirmou que nós não queríamos voltar para a antiga ditadura da direita, mas também não queríamos ir para uma nova ditadura da esquerda. Foi esse equilíbrio fundamental, é esse justo equilíbrio que só as mulheres socialistas e os homens socialistas são capazes de fazer", defendeu.

Falando a dada altura como "secretário-geral do PS e como futuro primeiro-ministro de Portugal", Carneiro comprometeu-se com o trabalho político para uma nova lei das finanças locais e para uma nova lei eleitoral para as autarquias locais.

O discurso de menos de meia hora do líder socialista, rodeado no palco do Convento São Francisco por dezenas de candidatos do PS às eleições de 12 de outubro, foi centrado nas autarquias e nos compromissos que o partido assume, não tendo havido espaço no discurso para outros temas nacionais como o Orçamento do Estado para 2026, por exemplo, que será entregue precisamente no último desta campanha.

Carneiro justificou a importância da eleição dos candidatos do PS - à entrada para a convenção tinha afirmado o objetivo de o PS ser o primeiro partido nestas autárquicas - com o facto de não ser possível "ter uma grande ambição para o desenvolvimento da comunidade nacional" sem "parceiros no poder local democrático que sejam fatores fundamentais da transformação das condições de vida das populações".

"Essa é a razão por que as eleições autárquicas sejam a nossa primeira e mais importante prioridade. Para a ambição que temos para Portugal é fundamental termos um poder local democrático que se alicerce nos mesmos princípios, e nos mesmos valores e capaz de prosseguir aquelas que são as nossas prioridades", explicou.

As prioridades do PS são habitação, saúde, educação, cultura, ciência e conhecimento. Segundo o líder do PS, "o poder local democrático é o coração da democracia portuguesa e é o coração do PS".

"O PS mora no coração das portuguesas e dos portugueses porque os nossos autarcas, as nossas autarcas são gente que fez, são gente que faz e são gente de confiança para continuar a fazer e a servir as populações no futuro e, com isso, a servir Portugal", enalteceu, agradecendo aos 63 mil candidatos do PS que vão nas várias listas aos diferentes órgãos que o partido apresenta nestas eleições. 
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