O DIAP de Lisboa e a Polícia Judiciária reúnem amanhã para acertar a estratégia de investigação ao gabinete de João Galamba. A PJ recusa fazer comentários sobre um caso já altamente mediático, mas a SIC sabe que vão ser investigados todos os comportamentos que levaram ao atraso na entrega de documentos à comissão de inquérito à TAP.
Três longas audições na semana passada na comissão de inquérito à TAP parecem ter trazido mais dúvidas do que certezas sobre o que aconteceu a 26 de abril no Ministério das Infraestruturas.
Nesse dia Frederico Pinheiro, depois de ser demitido, foi ao Ministério buscar, entre outras coisas, um computador com documentos confidenciais e notas de reuniões com a ex-presidente executiva da TAP.
O que o Ministério Público e a Polícia Judiciária querem agora perceber é se os documentos que estavam nesse computador foram desvirtuados depois ou até antes de João Galamba ter demitido Frederico Pinheiro por telefone.
A investigação vai abranger vários momentos: começa ainda antes do ex-adjunto ter ido buscar o portátil ao Ministério, abrange o período depois disso, em que esteve na posse de Frederico Pinheiro até o entregar ao SIS, e os momentos seguintes, enquanto o computador esteve na posse do Serviço de Informações de Segurança até à entrega ao centro de gestão da rede Informática do Estado e depois à Polícia Judiciária.
A PJ não comenta o caso, mas a SIC sabe que o Departamento de Investigação e Ação de Lisboa e a Polícia Judiciária vão reunir esta terça-feira para acertar a estratégia de investigação.
"Não me peçam para, desta forma, estar a colocar na praça o que diariamente articulamos com o Ministério Público. Nós apresentámos ao Ministério Público a instalação de inquérito, há uma investigação, essa investigação terá de ser levada com toda a tranquilidade, toda a calma e todo o sigilo que esta e outras investigações merecem", disse o diretor da PJ, Luís Neves.
Além do computador também vai ser investigado o telemóvel que Frederico Pinheiro entregou ao parlamento na semana passada e que já está nas mãos das autoridades que querem perceber se também houve desvirtuamento de documentos e de dados nas últimas semanas.
No Parlamento, o ex-adjunto acusou o Ministério de lhe ter apagado todas as mensagens de Whatsapp.
O DIAP de Lisboa e a Polícia Judiciária vão investigar todos os comportamentos que motivaram o atraso na entrega de documentos à comissão de inquérito à TAP.
Parte da investigação vai incidir sobre o comportamento de Frederico Pinheiro, mas também sobre os comportamentos dos membros do gabinete do Ministro das Infraestruturas.
A SIC pediu uma reação ao Ministério, mas não obteve resposta.