Caso Maddie

Caso Maddie: "Existe alguma esperança de que ainda possa haver restos do esqueleto"

Entrevista SIC Notícias

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Em entrevista na SIC Notícias, Ana Rita Pereira, médica especialista em Medicina Legal, explica o que poderá resultar das diligências em curso, a cerca de 50 quilómetros da Praia da Luz.

As autoridades alemãs, em colaboração com a Polícia Judiciária, continuam a procurar indícios que possam ligar o alemão Christian Bruecker ao desaparecimento de Madeleine McCann, vista pela última vez há 16 anos. As buscas decorrem numa albufeira a cerca de 50 quilómetros da Praia da Luz, no local frequentado pelo principal suspeito do caso até 2017. Ana Rita Pereira, médica especialista em Medicina Legal explica o que poderá resultar das diligências em curso.

  • Dezasseis anos depois, ainda será possível recolher muita informação, caso seja encontrada alguma coisa?

"A questão é mesmo se vai ser encontrado algum resto da vítima. Se for esse o caso, acho que há esperança para se poder encontrar alguma ligação, algum elemento que possa identificar a vítima, mas depende exatamente do grau de putrefação e de exatamente o que se vai encontrar".

  • Qual a importância da descoberta de restos ósseos? O que é que se pode concluir a partir deles?

“Se se encontrar algum objeto pessoal, algum outro elemento como, por exemplo, um osso, nesse caso teríamos sempre que verificar com a ajuda da antropologia forense, se pertence a um animal ou pertence a um humano e, sendo um osso humano, temos vários métodos que podem ajudar a identificar a pessoa envolvida”, explica Ana Rita Pereira, em entrevista na SIC Notícias.


Os ossos, os dentes, são elementos que sobrevivem durante mais tempo à decomposição e, por isso, é que "existe alguma esperança de que, de facto, ainda possa haver restos ósseos, restos do esqueleto".


“Se o osso não tiver muito degradado, ainda pode ser possível ter matéria orgânica que permita a extração de DNA e eventualmente a identificação com material genético”, esclarece a médica legista.

  • Caso exista um corpo, é possível saber as causas da morte e aquilo por que terá passado?


“Eventualmente sim, mas obviamente que os tecidos moles já não estarão presentes, ou seja, terão de ser os ossos a revelar algum tipo de lesão que possa haver”.

  • A existência de objetos que possam pertencer à vitima também são importantes? Poderão estar preservados?


Ana Rita Pereira acrescenta que tudo depende do “contexto físico em que se encontrem e de fatores ambientais e dos animais que existem no meio líquido, mas à partida sim, se encontrarem vestígios de roupa, depois a partir de eventuais manchas de matéria orgânica podem ser feitos estudos pela genética forense”.

  • O que é que se segue ao momento das buscas, caso seja encontrado algo?

“O que for encontrado será encaminhado para o instituto de medicina legal e ciências forenses. Depois e dependendo do que for encontrado, será preciso complementar a medicina legal com a antropologia forense, ciência que estuda restos cadavéricos, também a genética forense e, eventualmente a toxicologia forense”.

A médica especialista em Medicina Legal conclui dizendo que este procedimento final “pode levar algum tempo”.

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