Foram retomadas, esta quarta-feira, as buscas junto à barragem do Arade, no Algarve. Esta operação está ligada ao caso do desaparecimento de Madeleine McCann.
As autoridades alemãs, em colaboração com a Polícia Judiciária (PJ), estão à procura de indícios que possam ligar o alemão Christian Brueckner ao desaparecimento da menina britânica.
Segundo a Sky News - televisão parceira da SIC - a polícia britânica recolheu, no local da investigação, um conjunto de sacos que podem conter provas. Ainda não se sabe o que estará dentro dos referidos sacos.
No local estiveram entre 20 e 30 oficiais, acompanhados por dezenas de cães pisteiros. A operação está a ser acompanhada por elementos da polícia britânica e alemã.
As buscas na albufeira do Arade, a cerca de 50 quilómetros da praia da Luz, tiveram início esta terça-feira. Até 2017, o local foi frequentado por Christian Brueckner, o principal suspeito do rapto da menina britânica.
Madeleine McCann desapareceu em 2007 de um apartamento na praia da Luz, onde estava a passar férias com os pais e os irmãos.
Buscas podem ter como objetivo encontrar "desde objetos a roupa"
O ex-inspetor da Polícia Judiciária Francisco Chagas considerou esta terça-feira que as buscas a decorrer na barragem do Arade, em Silves, no âmbito da investigação ao caso de Maddie McCann poderão ter como objetivo localizar desde “objetos a roupa", ou “qualquer coisa que possa estar relacionado com o desaparecimento, mas não tem de ser forçosamente a procura de ossadas”.
“Não acredito que este tipo de operação, com esta envergadura e envolvendo os elementos que envolve, seja só porque o suspeito alemão gostava daquele local ou mostrou um vídeo”, reflete o antigo inspetor da PJ, realçando que as autoridades alemãs terão “três ou quatro possibilidades para ‘vasculhar’ do que propriamente aquela área toda e as águas da barragem”.
Assumindo que as autoridades alemãs, responsáveis por solicitar estas novas diligências, “poderão ter” elementos concretos, Francisco Chagas reconhece, no entanto, que podem até tratar-se de “alguns indícios, ainda que ténues e que possam não resultar em nada”. Ainda assim, “a polícia não pode deixar de investigar” e de os descartar, “para ficarem com a consciência de que fizeram o que podiam fazer”.
E por se tratar de um desaparecimento - que são casos “que só termina quando aparece o desaparecido, vivo ou morto” - não se coloca o mesmo “tipo de resistência à investigação” que se verifica noutros processos-crime.