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Opinião

Análise COP26: biodiversidade em risco

As alterações climáticas provocam eventos extremos que provocam perturbação profunda na nossa forma de vida. Mas o risco, a longo prazo, é ainda maior que esse: o de pôr em causa a biodiversidade.

Análise COP26: biodiversidade em risco
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1. A BIODIVERSIDADE, PROBLEMA AINDA MAIOR QUE AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Quando pensamos em emergência climática, geralmente pensamos nas alterações climáticas decorrentes do aumento da temperatura. E, sim, esse é um aspeto crucial, que o último verão nos mostrou de forma assustadora: temperaturas recorde, aumento de eventos extremos como incêndios violentos, secas, cheias. Mas problema ainda maior a longo prazo é o da biodiversidade. Claro que os dois problemas estão interligados: o aquecimento global acima de 1,5 graus vai provocar, em algumas décadas, o desaparecimento dos recifes de corais.

Os animais selvagens tiveram, no último meio século, uma redução de 68% na sua população.

O tema foi discutido no fim-de-semana passado na COP26. Vários países apontaram para a necessidade de 30% da Terra ser uma reserva. A defesa dos pequenos agricultores é um elemento crucial.

2. TRÊS EM CADA CINCO JOVENS ESTÃO MUITO PREOCUPADOS COM O CLIMA

Estudo da Universidade de Bath, em colaboração com outras cinco universidades, analisou as perceções e sentimentos de jovens entre os 16 e 25 anos de dez países diferentes e concluiu que mais de 60 por cento estão “muito preocupados” com a crise climática.

Trinta e nove por cento “hesitam na ideia de ter filhos”, perante os perigos da emergência climática. Perto de 45% desses jovens afirmam que os seus sentimentos sobre as alterações climáticas afetam negativamente as suas vidas.

3. CHINA, ÍNDIA E RÚSSIA REDUZEM IMPACTO DOS AVANÇOS NO METANO

O “Global Methane Pledge”, um dos principais avanços já feitos nesta COP26, junta mais de 90 países no esforço de reduzir em 30% as emissões de metano até 2030. Mais de metade dos principais países emissores de metano assinaram o compromisso, mas os três maiores não: China, Índia e Rússia estão fora.

O metano pode ser 34 vezes mais poluente que o dióxido de carbono durante este século. China, Rússia e Índia estão neste momento no Top3 dos maiores emissores. Seguem-se EUA, Brasil, União Europeia, Indonésia, Irão, Coreia do Sul e Japão.