Os países de todo o mundo estão reunidos, no Egipto, na Cimeira do Clima, para tentar salvar a nossa casa comum. Será que ainda vão a tempo? A pergunta surge numa altura em que os efeitos do aquecimento global são dramaticamente óbvios. A margem para hesitações é para os cientistas cada vez mais curta e o mundo deve passar das promessas à ação. As últimas projeções apontam para que os últimos oito anos sejam os mais quentes desde que há registo.
Nos polos, o gelo derrete mais depressa do que nunca, alterando o equilíbrio global.
No Paquistão, mais de 1.500 pessoas morreram nos últimos dias nas cheias que devastaram o país.
Em África, a pior seca dos últimos 40 anos deixou agora 22 milhões de pessoas a morrer à fome.
"Em poucos dias, a população do nosso planeta atingirá um novo marco. Irá nascer o membro 8 mil milhões da nossa família humana. Este marco põe em perspetiva o tema central desta conferência sobre o clima. Como iremos responder quando o bebé 8 mil milhões tiver idade para perguntar 'O que fizeram vocês pelo nosso mundo e pelo nosso planeta quando tiveram oportunidade?'. Estamos na autoestrada para o inferno climático com o pé ainda no acelerador", afirmou António Guterres, secretário-geral da ONU.
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Os ambientalistas exigem que desta vez se passe das ações aos atos, que os políticos façam o que tem de ser feito a favor da saúde dum planeta cada vez mais quente, cada vez mais imprevisível.
Mais de 120 chefes de Estado e de Governo devem marcar presença na Cimeira do Clima, no Egipto. O encontro está, ainda assim, marcado pela ausência de líderes de algumas das maiores e mais poluidoras economias do planeta, como a China, a Rússia ou a Índia.