Os palestinianos estendem as mãos com a força que ainda lhes resta. É um cenário repetido vezes sem conta desde 2 de março, quando Israel praticamente estrangulou a entrada de alimentos em Gaza. O que existia esgotou-se rapidamente.
Centenas de palestinianos foram também mortos a tiro enquanto imploravam por comida junto aos centros de distribuição. A ajuda que foi entrando foi mínima, quase simbólica e distribuída a conta-gotas.
As imagens que circulam são brutais: mostram uma população faminta, num território onde mais de 80 bebés e crianças já morreram à fome.
Durante quase dois anos, o governo israelita acusou o Hamas de desviar a ajuda humanitária, mas agora essa alegação começa a cair.
Segundo o New York Times, duas fontes anónimas das Forças de Defesa de Israel admitiram que não há provas de roubo sistemático de assistência por parte do Hamas. Uma conclusão que foi também sustentada por um estudo da Agência Norte-Americana de Assistência Externa, conduzido ao longo de dois anos.
Ainda assim, Donald Trump repete a versão oficial do governo israelita. Depois de mais de um ano de escuridão, a esperança volta a passar pela fronteira de Gaza. Com a chegada de novos camiões, renasce a expectativa de que alguma coisa possa mudar.