O Papa Francisco falou pela primeira vez sobre os protestos que têm acontecido no Irão. O chefe da Igreja Católica denunciou o uso da pena de morte contra manifestantes e pediu maior respeito pela dignidade das mulheres.
Foi esta segunda feira, no discurso anual aos diplomatas acreditados no Vaticano, que o Papa Francisco falou pela primeira vez sobre os protestos que aconteceram no Irão nos últimos meses.
Falou sobre a oposição da igreja Católica ao aborto e à pena de morte, referindo-se a ambas como uma violação ao direito à vida.
“O direito à vida está também ameaçado nos locais onde a pena de morte continua a ser imposta, como é o caso, nestes dias, no Irão, na sequência das recentes manifestações que exigiram um maior respeito pela dignidade das mulheres. (...) Apelo, assim, ao fim da pena de morte, que é sempre inadmissível uma vez que ataca a inviolabilidade e a dignidade da pessoa, na legislação de todos os países do mundo”, proferiu o Papa Francisco.
O comentário marcou as primeiras declarações públicas sobre os protestos que começaram em meados de Setembro após a morte de Mahsa Amini, a jovem curda que foi presa por usar incorretamente o véu islâmico.
Pelo menos quatro pessoas já foram executadas e cerca de 520 morreram devido às manifestações que o país tem sido alvo no últimos meses.
Até ao momento, o Líder Supremo do Irão não reagiu às declarações, embora esta segunda feira, tenha pedido uma reação severa às recentes manifestações.