Um cordão sanitário foi instalado esta segunda-feira à volta de 11 cidades do norte de Itália, o coração económico do país, para conter a disseminação do novo coronavírus, que já matou seis pessoas no país.
O surto repentino de novos casos de coronavírus, passando de 6 para mais de 220 o número de infetados em quatro dias, faz da Itália o país mais afetado da Europa e o terceiro do mundo depois da Coreia do Sul e da China.
As autoridades italianas têm aplicado numerosas medidas cautelares, incluindo o semi-confinamento de cerca de 52.000 habitantes de uma dúzia de cidades no norte, encerrando lugares públicos, com exceção de algumas lojas de bens de primeira necessidade e farmácias de serviço.
O chefe da proteção civil italiana, Angelo Borrelli, procurou sossegar a população, dizendo que estão a ser tomadas todas as medidas relevantes para garantir a segurança das pessoas.
Esta crise já afetou a bolsa de valores de Milão, que estava em queda ao início da tarde de hoje.Na Lombardia - a região mais afetada, com 167 casos - o metro de Milão circulava com carruagens meio vazias, numa cidade com museus, universidades, cinemas e teatros (incluindo o prestigiado La Scala) fechados.
Como consequência desta alteração de rotinas citadinas, alguns supermercados milaneses já foram assaltados e o presidente da Câmara, Beppe Sala, pediu aos seus habitantes para ajudar a população mais vulnerável, incluindo os idosos.
"Temos certeza de que as medidas que tomámos impedirão a propagação do contágio", garantiu o presidente do governo regional da Lombardia, Attilio Fontana.
Na Ligúria (noroeste), a celebração de eventos religiosos foi suspensa e apenas funerais e casamentos permanecem agendados, desde que destinados a pequenos grupos.
O governo da região de Veneto decretou no domingo a suspensão das festividades do famoso carnaval de Veneza - que deve terminar na terça-feira - além de eventos desportivos e o encerramento de escolas e museus.
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