Coronavírus

Novo coronavírus leva ao cancelamento da Queima das Fitas no Porto

Anúncio foi feito pela Federação Académica do Porto.

Novo coronavírus leva ao cancelamento da Queima das Fitas no Porto
ESTELA SILVA

A direção da Federação Académica do Porto (FAP), com o apoio das suas associações de estudantes, anunciou hoje que vai cancelar a Queima das Fitas do Porto 2020, avançou à Lusa fonte oficial.

A Queima das Fitas do Porto 2020, que teve a sua génese no ano de 1920 quando finalistas de Medicina da Universidade do Porto fizeram a chamada "Festa da Pasta', estava agendada para acontecer entre os dias 3 a 9 de maio, com o epicentro noturno da festa marcado para o Queimódromo, prevendo-se concertos de artistas variados, como Seu Jorge, Capitão Fausto ou Diogo Piçarra.

"Resultado de uma decisão ponderada, conjunta e tomada depois de esgotados todos os cenários de alternativa, deliberou a direção da FAP, com o apoio das suas associações de estudantes, cancelar a Queima das Fitas do Porto 2020", lê-se num comunicado divulgado esta noite pela FAP.

No comunicado assinado pelo presidente da FAP, Marcos Teixeira, lê-se que mais do que a tristeza que a decisão possa deixar em cada um dos estudantes que respiram a "academia do Porto", deve "ficar com o sentimento do dever cumprido".

"O dever de sermos um exemplo, de sermos cuidadores de nós e dos outros e de sermos jovens sem medo de fazer o certo, mesmo quando é o mais difícil. Esta decisão é o mote para dizermos presente quando mais precisam de nós", refere o presidente da FAP, acrescentando que a academia também fará parte do lema "O Nosso Porto de encontro é #ficaremcasa".

Para a FAP, a pandemia Covid-19 vai ficar na "história da humanidade".

"A pandemia de Covid-19 teve a capacidade de, em pouco mais de três meses, impor mudanças colossais no nosso bem mais precioso, a nossa forma de viver. O mundo está a mudar e, naturalmente, todos somos, e devemos ser, parte dessa mudança", refere."Havendo várias formas de fazer parte da mudança, a mais difícil de assumir será sempre a de ir mais além e dar o primeiro passo. Mas é nesta forma, revestida de consciência e ponderação, que a FAP quer fazer parte da mudança e da adaptação", afirma.

A FAP assume também que há um cenário de incerteza sobre a retoma da atividade letiva e sobre quais vão ser os novos calendários académicos por causa da pandemia e que, por isso, quer construir soluções e tomar decisões com base na certeza, para dar garantias aos quase 70 mil estudantes que são representados pela federação.

No comunicado, a FAP destaca ainda o trabalho dos profissionais de saúde.

"A direção da FAP reconhece e valoriza o trabalho dos clínicos que estão a acompanhar o processo, muitos deles estudantes da nossa academia e reforça a importância das medidas de controlo. A partir de agora, as prioridades serão assegurar o regresso seguro a casa de quem esteja em mobilidade e/ou deslocado (e ainda o bem-estar dos permaneçam nas residências estudantis) e mobilizar esforços para que o ensino à distância se consubstancie da forma mais inclusiva e alargada possível", adianta.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 189 mil pessoas, das quais mais de 7.800 morreram.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje número de casos confirmados de infeção para 448, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte no país.

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