Coronavírus

Portugal com dívida pública de 135% do PIB e défice de 7,1% em 2020

FMI prevê uma recessão de 8,0% da economia portuguesa e uma taxa de desemprego de 13,9% em 2020 devido à pandemia de Covid-19.

Portugal com dívida pública de 135% do PIB e défice de 7,1% em 2020
Rafael Marchante

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê para Portugal uma dívida pública de 135% do Produto Interno Bruto (PIB) e um défice de 7,1% em 2020 devido à pandemia de covid-19, segundo o 'Fiscal Monitor' hoje divulgado.

Segundo o documento do FMI, a dívida pública passará dos 117,7% do PIB de 2019 para 135% em 2020 devido à pandemia, e deverá descer para 128,5% em 2021.

Já o saldo orçamental passará de um excedente de 0,2% em 2019 para um défice de 7,1% em 2020, descendo para 1,9% em 2021.

O saldo primário (sem despesas de juros da dívida pública) passará de um excedente de 3,1% do PIB em 2019 para um défice de 4% em 2020 devido à pandemia, voltando a um saldo positivo, de 1%, em 2021, de acordo com as previsões do FMI.

Segundo o anexo estatístico do FMI ao 'Fiscal Monitor', em percentagem do PIB a receita passará dos 43,3% em 2019 para os 42,9% em 2020, voltando a subir para os 43,4% em 2021.

O maior impacto deverá verificar-se mesmo na despesa em percentagem do PIB, que subirá dos 43,1% em 2019 para os 49,9% em 2020, baixando para os 45,3% em 2021.

O FMI projeta ainda que o diferencial entre as taxas de juro e o crescimento, em 2020 e 2021, seja de 3,6%, abaixo dos de Espanha e Itália (4,5%).

As necessidades de financiamento brutas de Portugal deverão ascender a 18,6% do PIB em 2020, segundo a instituição sediada em Washington.

O FMI prevê uma recessão de 8,0% da economia portuguesa e uma taxa de desemprego de 13,9% em 2020, devido à pandemia de covid-19, de acordo com as Perspetivas Económicas Mundiais divulgadas na terça-feira.

Zona euro deverá ter uma recessão de 7,5% e economia mundial de 3%

A economia da zona euro deverá ter uma recessão de 7,5% este ano, de acordo com o FMI, recuperando depois para um crescimento de 4,7%, e a taxa de desemprego agregada dos 19 países deverá subir dos 7.6% para os 10,4%, descendo depois para os 8,9% em 2021.

O FMI prevê ainda que a economia mundial tenha uma recessão de 3% em 2020, fruto do apelidado "Grande Confinamento" devido à pandemia de covid-19.

Segundo o FMI, dadas as medidas de apoio orçamental ao combate à pandemia de covid-19, tanto de natureza sanitária como de apoio à economia e à sociedade em geral, nas economias avançadas "o saldo orçamental médio em 2020 deverá deteriorar-se significativamente".

De acordo com o 'Fiscal Monitor' hoje conhecido, que analisa as políticas orçamentais a nível mundial, é esperado "o alargamento dos 'spreads' [das dívidas] de soberanos [Estados] e empresariais, com um declínio nos custos de financiamento para soberanos que sejam considerados seguros e uma simultânea liquidação de ativos que são percecionados como arriscados".

Referindo que antes da pandemia de covid-19 "as taxas nominais efetivas estavam abaixo de 2% em mais de um terço das economias avançadas", o FMI aponta que essas taxas "deverão baixar ainda mais em países seguros (por exemplo os Estados Unidos, Japão e Alemanha)".

599 mortos e mais de 18 mil casos de Covid-19 em Portugal

A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou esta quarta-feira a existência de 599 mortes e 18.091 casos de Covid-19 em Portugal.

O número de óbitos subiu, de ontem para hoje, de 567 para 599, mais 32 (uma subida de 5,6%), enquanto o número de infetados aumentou de 17.448 para 18.091, mais 643, o que representa um aumento de 3,7%.

O número de casos recuperados subiu de 347 para 383.

Quase 127 mil mortos e mais de 2 milhões de infetados em todo o mundo

A pandemia da covid-19 matou pelo menos 126.898 pessoas em todo o mundo e há pelo menos 2.001.200 casos de infeção em 193 países desde que surgiu em dezembro na China.

Pelo menos 428.100 doentes foram considerados curados pelas autoridades de saúde.

Os Estados Unidos, que registaram a primeira morte ligada ao coronavírus no final de fevereiro, lideram em número de mortes e casos, com 26.059 mortes para 609.516 casos.

Pelo menos 44.364 pessoas foram declaradas curadas.

Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados são Itália, com 21.067 mortes por 162.488 casos, Espanha com 18.579 mortes (177.633 casos), França com 15.729 mortes (143.303 casos) e Reino Unido com 12.107 mortos (93.873 casos).

A China (sem os territórios de Hong Kong e Macau), onde a epidemia começou no final de dezembro, contabilizou 82.295 casos (46 novos entre terça-feira e hoje), incluindo 3.342 mortes (uma nova) e 77.738 curados.

Até às 11:00 de hoje, a Europa totalizou 85.272 mortes para 1.010.896 casos, Estados Unidos e Canadá 26.983 mortes (636.413 casos), Ásia 5.218 mortes (147.564 casos) e Médio Oriente 5.135 mortes (108.791 casos), América Latina e Caraíbas 3.343 óbitos (73.673 casos), África 869 óbitos (16.215 casos) e Oceânia 78 óbitos (7.652 casos).