Coronavírus

Governo de Itália sob tensão perante moções de confiança ao ministro da Justiça

Há divergências no seio do Governo de coligação, constituído por quatro partidos.

Ministro da Justiça italiano , Alfonso Bonafede
Ministro da Justiça italiano , Alfonso Bonafede
Alessandra Tarantino / AP

O Senado italiano pronuncia-se na quarta-feira sobre duas moções de confiança ao ministro da Justiça, Alfonso Bonafede, assunto que está a gerar tensão na coligação governamental italiana, dado que um dos parceiros ainda não divulgou o sentido de voto.

A força política Itália Viva (centro-esquerda), que integra o atual executivo de Itália, ainda não divulgou a sua posição sobre as moções de confiança visando a atuação de Alfonso Bonafede na tutela da Justiça, mas os votos deste partido na sessão da câmara alta do parlamento italiano, que irá decidir se as moções avançam, são encarados como decisivos.

A par do Itália Viva, o atual governo italiano é composto ainda pelo Partido Democrata (PD, centro-esquerda), pela formação antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) e pela aliança de esquerda Livres e Iguais (LeU).

A Itália Viva, força liderada pelo ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, tem mostrado algumas divergências com os restantes parceiros de coligação ao longo dos últimos meses.

O porta-voz governamental do PD na Câmara dos Deputados (câmara baixa), Graziano Delrio, já advertiu que esta votação no Senado poderá abrir "uma crise real", enquanto o líder do M5S, Vito Crimi, sublinhou, por sua vez, que votar contra Alfonso Bonafede seria como se pronunciar contra o governo.

"Se alguém da maioria votar na moção, será claro que estarão a votar contra o governo, mas estou convencido de que não vão existir surpresas", afirmou Vito Crimi.

Os 17 senadores do Itália Viva são fundamentais para que as moções de confiança a Bonafede avancem ou não, mas a força política já afirmou que, até agora, não decidiu o seu sentido de voto.

A ministra da Agricultura e membro do Itália Viva, Teresa Bellanova, declarou, entretanto, que os problemas não se resolvem com ameaças e que na quarta-feira o grupo de senadores da força política irá escutar o discurso de Bonafede e que só depois irá tomar uma decisão.

As duas moções de confiança foram apresentadas, respetivamente, pela coligação de forças da direita italiana e pela lista "+Europa", da antiga comissária europeia Emma Bonino.

O início da sessão no Senado está previsto para quarta-feira de manhã.

Alfonso Bonafede e Sergio Costa, atual ministro do Ambiente, são os únicos ministros que transitaram do anterior governo italiano composto pelo M5S e pela Liga (partido de extrema-direita liderado por Matteo Salvini), que caiu em agosto de 2019 e que também tinha na liderança Giuseppe Conte, que se mantém na chefia do executivo italiano.

A gestão de Alfonso Bonafede do sistema judicial italiano, a ocorrência de tumultos nas prisões por medo à atual pandemia da doença covid-19 e a libertação polémica de centenas de mafiosos, no âmbito da estratégia do governo para conter a propagação do novo coronavírus nas prisões italianas, foram os argumentos apresentados para desencadear as moções.

Mais de 318 mil mortos e 4,8 milhões de casos de Covid-19 em todo o mundo

A pandemia do novo coronavírus já matou pelo menos 318.517 pessoas e infetou mais 4.816.040 em 196 países e territórios desde o início da epidemia, em dezembro de 2019 na cidade chinesa de Wuhan, segundo um balanço da agência AFP, às 11:00 hoje, baseado em dados oficiais.

Entre esses casos, pelo menos 1.755.700 foram considerados curados.

Os Estados Unidos, que registaram a primeira morte ligada à covid-19 no início de fevereiro, são o país mais afetado em termos de número de mortes e casos, com 90.369 óbitos em 1.508.957 casos. Pelo menos 283.178 pessoas foram declaradas curadas.

Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados são o Reino Unido com 34.796 mortes para 246.406 casos, Itália com 32.007 mortes (225.886 casos), França com 28.239 mortes (179.938 casos) e Espanha com 27.709 óbitos (231.606 casos).

A China (sem os territórios de Hong Kong e Macau), onde a epidemia começou no final de dezembro, contabilizou oficialmente um total de 82.960 casos (seis novos entre segunda-feira e hoje), incluindo 4.634 mortes e 78.241 recuperações.

A Europa totalizou 167.668 mortes para 1.919.572 casos, Estados Unidos e Canadá 96.312 mortes (1.587.029 casos), América Latina e Caraíbas 30.604 mortes (547.252 casos), Ásia 12.674 mortes (374.905 casos), Médio Oriente 8.296 mortes (290.672 casos), África 2.835 mortes (88.204 casos) e Oceânia 128 mortes (8.414 casos).

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Mais 16 mortos e 223 novos casos de Covid-19 em Portugal

A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou esta terça-feira a existência de 1.247 mortes e 29.432 casos de Covid-19 em Portugal.

O número de óbitos subiu, de ontem para hoje, de 1.231 para 1.247, mais 16, enquanto o número de infetados aumentou de 29.209 para 29.432, mais 223, o que representa um aumento de 0,76%.

O número de casos recuperados subiu de 6.430 para 6.431.

Portugal entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência, desde 19 de março.

Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.

O Governo aprovou novas medidas que entraram em vigor na segunda-feira, entre as quais a retoma das visitas aos utentes dos lares de idosos, a reabertura das creches, aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos e a reabertura de algumas lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios.

O regresso das cerimónias religiosas comunitárias está previsto para 30 de maio e a abertura das praias para 06 de junho.