Coronavírus

Portugal exige que Bélgica retire Alentejo e Algarve de zonas arriscadas

O Governo belga desaconselha viagens ao Alentejo e Algarve e zonas da grande Lisboa estão classificadas com "sinal vermelho".

Portugal exige que Bélgica retire Alentejo e Algarve de zonas arriscadas
LUÍS FORRA / LUSA

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, exigiu hoje que a Bélgica retire o Alentejo e o Algarve da lista de áreas consideradas arriscadas, sujeitando viajantes destas regiões a "maior vigilância", e admitiu "surpresa" com a inclusão.

"Para mim, foi com surpresa que, hoje de manhã, [...] tive conhecimento do aviso publicado no 'site' do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bélgica que, não só identificava as freguesias da área de Lisboa, como também as regiões do Alentejo e do Algarve", disse o chefe da diplomacia portuguesa, falando aos jornalistas em Bruxelas após a reunião com os seus homólogos da União Europeia (UE).

"Para grande surpresa minha, confesso, visto que não conheço nenhum dado que possa associar essas duas regiões aos níveis que, infelizmente, conhecemos nas tais 19 freguesias da Grande Lisboa", acrescentou, em declarações prestadas após a primeira reunião presencial em quatro meses dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, dada a pandemia.

Augusto Santos Silva indicou que, "mal reparou" nesta situação, entrou em contacto com o embaixador português em Bruxelas, com a embaixadora belga em Lisboa e falou com o seu homólogo belga, sendo que nenhum tinha conhecimento da inclusão.

" [O ministro belga] prometeu-me que iriam identificar e reagir. Não sei se a esta hora está identificado e corrigido, mas espero que sim", adiantou o ministro dos Negócios Estrangeiros, considerando que esta inclusão do Alentejo e do Algarve "não credibiliza" as restrições belgas devido à covid-19 por não ter base em critérios científico.

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O alerta mantinha-se esta tarde visível na página da 'internet' da diplomacia belga, continuando explícito que os viajantes que entrem na Bélgica oriundos do Alentejo e do Algarve serão sujeitos a "maior vigilância" devido à pandemia da covid-19, sem serem especificadas as medidas a aplicar.

O Alentejo e o Algarve juntam-se então, ainda que numa categoria menos grave, às 19 freguesias da Área Metropolitana de Lisboa que estão em estado de calamidade, o que obriga os seus residente a fazerem obrigatoriamente um teste à covid-19 e quarentena à chegada à Bélgica.

Na zona 'laranja', é exigida "maior vigilância", mas o 'site' não especifica que género de medidas estão previstas para os viajantes que cheguem à Bélgica oriundos dos países, regiões e zonas nela incluídos, como Aragão e Catalunha, em Espanha.

Na sexta-feira, Portugal tinha passado para a categoria 'verde' no modelo de semáforo criado pela diplomacia belga, à exceção ('vermelha', com teste e quarentena obrigatórios) dos concelhos da Amadora e de Odivelas, assim como as freguesias de Queluz-Belas, Massamá-Monte Abraão, Agualva-Mira Sintra, Algueirão-Mem-Martins, Rio de Mouro e a de Cacém-São Marcos, no Concelho de Sintra, a freguesia de Santa Clara, no Concelho de Lisboa, e as de Camarate, Unhos, Apelação e Sacavém-Prior Velho, no Concelho de Loures.

No sábado, foi distribuído no aeroporto de Lisboa aos passageiros com destino a Bruxelas um formulário para rastreamento de contactos que obrigava quem o assinasse a "consentir ficar em quarentena nos 14 dias seguintes à sua chegada à Bélgica" e devia ser preenchido por quem esteve numa das 19 freguesias mais afetadas pelo surto.

1.662 mortes e 46.818 casos de Covid-19 em Portugal

A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou esta segunda-feira a existência de um total de 1.662 mortes e 46.818 casos de Covid-19 em Portugal desde o início da pandemia.

São mais 2 vítimas mortais e mais 306 novos casos de infeção nas últimas 24 horas.

O número de doentes internados subiu para 467, mais 5 do que no domingo. Nos cuidados intensivos estão 63 pessoas, menos 1 do que no dia anterior.

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Mais de 569 mil mortos e quase 13 milhões de infetados no mundo

A pandemia do novo coronavírus já causou a morte a pelo menos 569.135 pessoas e infetou mais de 12.927.000 em 196 países e territórios desde o início da epidemia, em dezembro de 2019 na cidade chinesa de Wuhan, segundo um balanço da agência AFP até às 11:00 de Lisboa.

Pelo menos 6.905.200 casos foram considerados curados pelas autoridades de saúde.

Os paíse mais afetados:

  • Estados Unidos, com 135.205 mortes e 3.304.942 casos
  • Brasil com 72.100 mortes e 1.864.681 casos,
  • Reino Unido com 44.819 mortes (289.503 casos),
  • México com 35.006 mortes (299.750 casos)
  • Itália com 34.954 mortos (243.061 casos).
  • China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau) com 83.602 casos e 4.634 mortes

A Europa totalizou 202.658 mortes para 2.840.538 casos, América Latina e Caraíbas 144.765 mortes (3.375.183 casos), Estados Unidos e Canadá 144.023 mortes (3.412.531 casos), a Ásia 43.822 mortes (1.773.059 casos), Médio Oriente 20.481 mortes (919.208 casos), África 13.249 mortes (594.925 casos) e Oceânia 137 mortes (11.556 casos).

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