O Governo do Luxemburgo decidiu esta sexta-feira decretar um recolher obrigatório noturno e limitar os ajuntamentos até quatro pessoas, em reação ao aumento de contágios pelo novo coronavírus registado nos últimos dias naquele país.
"A situação nos últimos três dias mudou de forma preocupante e os cuidados devem continuar a ser garantidos", explicou o primeiro-ministro luxemburguês, Xavier Bettel, numa conferência de imprensa após uma reunião do executivo.
Durante um período de um mês, apenas quatro pessoas exteriores ao agregado familiar podem ser convidadas para reuniões dentro de casa e as mesas nos restaurantes e bares também passam a ter uma ocupação máxima de quatro pessoas.
Atualmente, o limite máximo é de 10 pessoas.
Luxemburgo regista 140 mortes por covid-19
O Luxemburgo - território com uma população que ronda os 600 mil habitantes - está a registar diariamente várias centenas de novos casos de infeção pelo novo coronavírus, contabilizando no total 12.333 casos e 140 óbitos desde o início da crise sanitária da doença covid-19.
Informações recentes dão conta que têm surgido surtos de contaminação em centros de saúde.
Para Xavier Bettel, foi necessário "adaptar" as restrições impostas à população para evitar que o país se encontre "numa situação incontrolável nas próximas semanas".
Com 10 pessoas internadas atualmente em unidades de cuidados intensivos, o Governo luxemburguês considera que a situação está "sob controlo" neste momento, mas está preocupado com o nível de propagação do vírus.
O executivo liderado por Xavier Bettel também decretou a suspensão das competições desportivas amadoras, mantendo, nesta fase, a realização dos jogos do campeonato de futebol da primeira divisão.
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Pandemia já fez mais de 1,1 milhões de mortos
A pandemia da doença covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 41,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A Europa é a terceira região do mundo mais afetada pela pandemia, contabilizando um total de cerca de 8,3 milhões de pessoas infetadas. Ao nível dos óbitos, é a segunda região com mais vítimas, já tendo ultrapassado a barreira dos 260 mil mortos.
Na quinta-feira, a Cruz Vermelha Internacional pediu à Europa para "não tirar o pé do acelerador" no combate à pandemia de covid-19, alertando que as unidades de cuidados intensivos em muitas cidades europeias já estão perto de atingir o limite da capacidade e que isso poderá acontecer "nas próximas semanas".
Um alerta que foi hoje repetido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A doença covid-19 é transmitida por um novo coronavírus (SARS-Cov-2) detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.