A Covid-19 já fez mais de um milhão de vítimas mortais em todo o mundo, um número que sobe a cada dia que passa. Para além da queda da economia, do aumento do desemprego e da incerteza sobre o futuro, também os animais domésticos estão a ser vítimas colaterais do novo coronavírus.
Em Barcelona, o El Jardinet dels Gats (o jardim dos gatos, em português) tem recebido muitos animais que ficaram na rua depois dos donos terem morrido, vítimas da Covid-19. Cada vez mais, estes novos "órgãos" chegam ao santuário desde o início da pandemia. A maioria são gatos adultos, alguns com problemas de saúde graves.
“A situação da Covid-19 tem-nos trazido gatos maiores, gatos em estado físico bastante grave de pessoas mais idosas que não os tinham levado ao veterinário durante muito tempo, porque os custos são muito altos”, explica Álex Salvador, proprietário do refúgio animal, à Reuters.
Com mais gatos e menos eventos de angariação de fundos – também devido à pandemia – a associação enfrenta dificuldades financeiras para responder às necessidades dos animais que vão chegando. Mas Álex Salvador e a sua família não desistiu e adaptou-se à nova realidade: o processo de adoção dos animais ganhou uma vertente online e as redes sociais ganharam mais importância para divulgar o trabalho da associação.
“Nós adaptamos tudo, as entrevistas para as adoções, as entrevistas para os lares de acolhimento, as entrevistas para voluntários”, explica Salvador.
A pandemia trouxe também novos voluntários que ajudam a alimentar, a tratar e mimar os animais. O aumento do trabalho remoto levou algumas pessoas a quererem participar em iniciativas de cariz solidário.