Vasco Peixoto, médico de saúde pública, começa por explicar como se chega a previsões de 10 mil casos diários de covid-19, mais de 500 doentes internados em Unidades de Cuidados Intensivos e 100 mortes diárias associadas ao vírus, em meados de dezembro.
"O que se está a passar hoje é um reflexo do que estava a acontecer em agosto, setembro e outubro. (...) O nosso comportamento agora pode ter um impacto muito grande na transmissão a médio prazo."
O médico, no entanto, ressalva que as restrições "não podem desresponsabilizar" a população da prevenção do dia a dia.
"Estas medidas não têm efeito imediato e o efeito das medidas (...), aquilo que se vai passar daqui para a frente, não vai depender certamente apenas do recolher obrigatório."
Vasco Peixoto aponta ainda uma falha na gestão da pandemia na Europa: "Não houve uma comunicação adequada, a partir de certa altura, sobre a importância dos sintomas ligeiros no controlo da epidemia".
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