Carlos Robalo Cordeiro considera que as "medidas [tomadas agora pelo Governo] deveriam ter sido tomadas bem antes quando, em setembro, se disse que se estava a esperar o número de pelo menos mil casos por dia".
No entanto, reforça ser necessário que a população "adira, perceba e interiorize" que se trata de uma situação "onde temos de salvar vidas".
"Tem-se ouvido falar muito de salvar natal, salvar a economia, óbvio que é tudo fundamental, mas aqui trata-se de salvar vidas."
O diretor Serviço de Pneumologia dos Hospitais da Unidade de Coimbra sugere ainda que fossem divulgados os dados por concelho e que os portugueses tenham acesso aos números enviados para o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças.
"Nós não os conhecemos e julgo que faria sentido que se conhecesse essa evolução e essa necessidade que vai acontecendo regionalmente."
O médico explica que através desse número seria possível definir "um mapa de risco" que "permitiria que a população entendesse melhor estas medidas".
"Os concelhos que vão agora entrar no vermelho, estavam no branco, e nós não sabíamos exatamente qual era o número que tinham de novos casos."
Para Carlos Robalo Cordeiro, "os convívios são a forma que neste momento se mostra mais relevante de contágio". Apela que celebrações e ajuntamentos, mesmo que em família, sejam evitados, porque será nesses momentos em que as pessoas estarão mais relaxadas.
Carlos Robalo Cordeiro sugere ainda a possibilidade de poderem ser implementados confinamentos seletivos a nível regional durante, no mínimo, duas a três semanas, garantindo a manutenção da atividade do comércio de bens essenciais, das creches e das escolas, de forma a conter os contágios nesses locais.