O número de diagnósticos de cancro diminuiu entre 60 a 80% durante o ano de 2020, devido à pandemia de covid-19. Este ano, a Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO) quer inverter a situação e, para isso, lançou a campanha “O Cancro não Espera em Casa”, que tem como objetivo incentivar a população a realizar os exames de rotina e os rastreios.
Ana Raimundo, presidente da SPO, explicou à Edição da Manhã da SIC Notícias que a diminuição de diagnósticos estão relacionados com a “redução da procura, por parte dos doentes, de cuidados médicos por receio de contrair a infeção de covid-19" e com a "capacidade diminuída de resposta do sistema de saúde”. Este atraso nos diagnósticos poderá ter impacto no futuro.
“É necessário estabelecer prioridades, estar atento e relembrarmos que apesar de estarmos preocupados com a covid-19, as outras doenças não desapareceram. Estão aí, também matam e o cancro mata mais do que a covid-19. Não tem um impacto imediato como tem a covid-19, mas nos próximos meses, nos próximos anos irá sentir-se o impacto deste atraso nos diagnósticos, do atraso no caso do início dos tratamentos”, sublinha.
Apesar da importância que um diagnóstico inicial tem no tratamento do cancro, Ana Raimundo admite que, devido à pressão existente nos Serviço Nacional de Saúde, não será possível realizar todos os exames de rotina ou rastreios que normalmente eram feitos. Mas pede à população que não desista de tentar marcar uma consulta quando identifica algum sintoma associado com doenças oncológicas – como perda de peso repentino, cansaço ou o aparecimento de nódulos.
“Já tivemos mais que tempo para organizar todo o sistema de saúde para que os doentes sejam observados e orientados em segurança”, remata a presidente da SPO.
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