Espanha, Alemanha, França e Itália anunciaram esta segunda-feira a suspensão da vacinação com recurso ao fármaco da AstraZeneca.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que a vacina vai ser suspensa em França "por precaução", tal como aconteceu em outros países europeus.
"Muitos parceiros europeus decidiram suspender a utilização da vacina da AstraZeneca. Há alguns minutos foi a vez das autoridades alemãs. A Autoridade Europeia do Medicamento vai pronunciar-se amanhã (terça-feira) sobre a vacina e, até lá, o ministro da Saúde e as autoridades sanitárias decidiram suspender a vacinação com AstraZeneca por precaução", afirmou o Presidente em conferência de imprensa.
Emmanuel Macron disse ainda desejar que caso a vacina volte a receber luz verde pelas autoridades europeias, a vacinação com este fármaco seja retomada rapidamente.
O Governo espanhol também anunciou esta tarde a suspensão do uso da vacina da AstraZeneca por 15 dias.
A decisão foi comunicada esta tarde pela ministra da Saúde, Carolina Darias, numa reunião com as comunidades autónomas convocada com caráter de urgência, segundo a imprensa espanhola.
Também o Governo alemão disse hoje que vai suspender o uso da vacina por causa de novos relatos de coágulos sanguíneos perigosos relacionados com este fármaco.
Itália anunciou igualmente esta segunda-feira que irá suspender a administração da vacina, tendo a agência de medicamentos italiana revelado que esta é uma “medida de precaução e temporária” e que aguarda recomendações da Agência Europeia do Medicamento.
No domingo, as autoridades de Biella, no Piedmonte, disseram estar a investigar a morte de uma professora de música, de 57 anos, que também foi vacinada com uma dose da AstraZeneca.
Depois dos primeiros relatos de casos, a agência explicou, num comunicado, que por causa de informações sobre problemas de saúde detetados em outros países europeus, decidira bloquear a inoculação das doses do lote ABV2856.
Agora, a mesma agência confirmou que as autoridades italianas de saúde vão estender as medidas de suspensão a todos os lotes da vacina da AstraZeneca, até que sejam clarificados os potenciais riscos deste fármaco.
No total, são já 11 os países europeus que tomaram esta decisão.
Autoridades de saúde portuguesas reafirmam que vacina é segura
Em Portugal há 173.677 vacinados com uma dose da AstraZeneca. Dois casos de trombose levaram a Direção-Geral da Saúde e o Infarmed e emitir um comunicado, esclarecendo que são situações diferentes daquelas que se encontram em avaliação pela Agência Europeia do Medicamento associando a toma da vacina à formação de coágulos no sangue.

Universidade de Oxford garante que vacina é segura
A vacina é segura. Essa foi a garantia deixada por um responsável da universidade que participou na investigação.
Há "evidências muito tranquilizadoras de que não há aumento no fenómeno do coágulo sanguíneo aqui no Reino Unido, onde a maioria das doses na Europa foram administradas até agora", disse à BBC Andrew Pollard, diretor do Oxford Vaccine Group, que desenvolveu a vacina com a AstraZeneca.
O especialista frisou a importância de continuar a vacinação contra o novo coronavírus, que provoca uma doença que apresenta "enorme risco" para a saúde.
No domingo, em comunicado, a AstraZeneca disse que "uma revisão cuidadosa" dos dados de segurança disponíveis sobre mais de 17 milhões de pessoas vacinadas na União Europeia e no Reino Unido "não produziu evidências de um risco aumentado de embolia pulmonar, trombose venosa (TVP) ou trombocitopenia em qualquer faixa etária, sexo, lote ou país específico".
"Cerca de 17 milhões de pessoas na União Europeia e no Reino Unido já receberam a nossa vacina e o número de casos de coágulos sanguíneos relatados neste grupo é menor do que as centenas de casos que seriam esperados na população em geral", comparou Ann Taylor, diretora médica, citada no comunicado.