Vai ser criada uma task force - como existe na vacinação - para acompanhar o processo de testagem. A primeira reunião está marcada para esta quinta-feira e acontece 43 dias depois da ministra da saúde ter defendido a realização de testes em massa.
O coordenador desta nova task force para a estratégica de testes é o presidente do Instituto Ricardo Jorge, Fernando de Almeida.
A ideia é avançar com testes a trabalhadores sazonais, sem-abrigo, migrantes e outras populações vulneráveis, mas também "profissionais dos serviços essenciais, como as forças de segurança, os serviços de saúde e os bombeiros".
A task force vai ainda criar "um sistema de notificação simplificado e ágil" e medidas que assegurem o isolamento de casos e rastreio de contactos de risco.
Testes nas escolas, prisões e lares
Segundo os dados apresentados, foram feitos 82.425 testes em escolas e registados 81 casos positivos, ou seja, uma taxa de positividade de aproximadamente 0,1%. Já nas prisões realizaram-se 14.702 testes, dos quais 1.019 se revelaram positivos (6,9%). Quanto à presidência do Conselho de Ministros, apenas 25 dos 1.797 testes tiveram um resultado positivo (1,4%).
Finalmente, nos lares de idosos foram realizados 150.163 testes, com 2.627 a darem um resultado positivo (1,8%), enquanto na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) fizeram-se 58.609 testes e 2.652 (4,5%) confirmaram um diagnóstico positivo para a infeção pelo vírus SARS-CoV-2.
O "Programa de Rastreios laboratoriais para a SARS-CoV-2 nas creches e estabelecimentos de educação e ensino" prevê a repetição dos testes 14 dias depois, apenas nos concelhos com um nível de incidência de casos positivos acima de 120/100 mil habitantes.
Governo recomenda testes rápidos no arranque das aulas do ensino superior
O Governo anunciou as diretrizes para o regresso às aulas presenciais no ensino superior, previsto para 19 de abril. O sindicato dos professores do ensino superior lamenta que estes não tenham prioridade no processo de vacinação.
A estratégia de rastreios regulares, segundo a nota, "pode constituir uma medida adicional às medidas não-farmacológicas para uma retoma mais segura das atividades educativas e letivas presenciais".
"A periodicidade para a realização de testes rápidos de antigénio, em programas de rastreio, não está definida, sendo os intervalos mais estudados os de mais do que um teste por semana, um teste a cada sete dias, e um teste a cada quatro dias", adianta o documento.