Bruxelas sobe de tom e aperta o controlo das exportações de vacinas. Com o número de casos de covid-19 a subir, a Comissão Europeia ameaça bloquear o envio de doses para países com mais altas taxas de vacinação ou que estejam a travar o envio de doses e componentes para os 27 estados-membros.
O recado é para a AstraZeneca e também para o Reino Unido, que já recebeu 10 milhões de vacinas produzidas da UE, mas não exportou qualquer dose para os 27. Apesar da tensão e ameaças entre os dois blocos, o tom desceu durante o dia de quarta-feira, com Londres e Bruxelas a concordarem trabalhar para assegurar uma relação recíproca e benéfica.
"Dadas as nossas interdependências, estamos a trabalhar nos passos específicos que podemos dar - a curto, médio e longo prazo - para criar uma situação vantajosa para todos e expandir a oferta de vacinas para todos os nossos cidadãos", é dito em comunicado.
A produção e distribuição de vacinas é um dos tema quentes para os líderes discutirem na videoconferência desta 5ª feira.
A AstraZeneca guardou cerca de 29 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 num armazém em Agnani, Itália, numa altura em que a empresa continua atrasada nas entregas aos europeus.
De acordo com o La Stampa, que avançou a notícia, as vacinas teriam como destino o Reino Unido, mas a farmacêutica desmente. Garante que 13 milhões são destinados a países mais pobres e os restantes 16 milhões para a Europa, dos quais 10 milhões serão entregues à UE até final do mês e as restantes serão para distribuir em abril.
A AstraZenena rejeita ainda ter escondido as doses explica que foram produzidas fora da União e levadas para Itália em serem colocadas em frascos, onde aguardam a "luz verde" do controlo de qualidade.