Líderes mundiais pediram a cooperação da "comunidade internacional" no quadro de um novo tratado internacional de preparação e respostas a futuras pandemias, num documento publicado esta terça-feira em vários jornais e também divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Para os mais de 20 subscritores, entre os quais o primeiro-ministro português António Costa, o novo tratado pode sinalizar "medidas políticas de alto nível" necessárias para proteger o mundo para futuras crises sanitárias.
"Haverá outras pandemias e outras grandes emergências sanitárias. Nenhum governo ou departamentos oficiais podem enfrentar esta ameaça sozinho", dizem os líderes políticos mundiais, na maior parte chefes de Estado e de Governo.
"Em conjunto, temos de estar preparados para prever, prevenir, detetar, avaliar e responder eficazmente às pandemias de forma coordenada. A pandemia de covid-19 tem mostrado de forma severa que ninguém está seguro até que todos estejam seguros", acrescenta o documento.
O principal objetivo de um novo tratado internacional - de preparação e resposta a pandemias - é promover uma abordagem abrangente para reforçar as capacidades nacionais, regionais e globais assim como a "resiliência às futuras pandemias".
O eventual tratado de cooperação - indica o texto divulgado esta terça-feira - ficaria enquadrado no âmbito da Organização Mundial de Saúde, recorrendo a outras organizações envolvidas nos mesmos esforços.
"Os instrumentos de saúde globais existentes, especialmente os Regulamentos Internacionais de Saúde, apoiariam o tratado, garantindo uma base sólida", acrescenta o documento.
Entre os signatários contam-se:
- António Costa, primeiro-ministro de Portugal
- Mario Draghi, primeiro-ministro de Itália
- Klaus Iohannis, Presidente da Roménia
- Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido
- Emmanuel Macron, Presidente da França
- Angela Merkel, Chanceler alemã
- Charles Michel, presidente do Conselho Europeu
- Mark Rutte, primeiro-ministro da Holanda
- Pedro Sánchez, chefe do governo espanhol
- Kyriakos Mitsotakis, primeiro-ministro da Grécia.
- Paul Kagame, Presidente do Ruanda
- Uhuru Kenyatta, Presidente do Quénia
- Prayut Chan-o-cha, primeiro-ministro da Tailândia
- Moon Jae-in, Presidente da República da Coreia
- Sebastián Piñera, Presidente do Chile
- Carlos Alvarado Quesada, Presidente da Costa Rica
- Edi Rama, primeiro-ministro da Albânia
- Cyril Ramaphosa, Presidente da África do Sul
- Kais Saied, Presidente da Tunísia
- Erna Solberg, primeiro-ministro da Noruega
- Joko Widodo, Presidente da Indonésia
- Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia
- Tedros Adhanom Ghebreyesus; diretor-geral da Organização Mundial de Saúde.
Veja também:
- As próximas pandemias. Podemos culpar os animais?
- Covid-19. Enviado especial da OMS admite dificuldade em encontrar origem do vírus
- Pandemia agravou desigualdades na repartição da riqueza em Portugal
- Acabar com a pandemia passa por controlar os infetados assintomáticos
- Nove em cada 10 portugueses aceita ser vacinado contra a covid-19
- OMS recomenda vacina da Johnson & Johnson mesmo nos países onde circulam variantes do novo coronavírus
- Covid-19. Especialistas admitem fatores biológicos na maior gravidade da doença em homens