A moratória pública para famílias e empresas termina a 30 de setembro, mas a dos bancos, as privadas, acabam já esta quarta-feira.
Paulo Valério considera que o final das moratórias não pode ser "desdramatizado, como fez o governador do Banco de Portugal", e que não de ser feito um "balão de ensaio" para setembro.
Na Edição da Tarde, da SIC Notícias, o presidente da APDIR - Associação Portuguesa de Direito da Insolvência e Recuperação - diz que a associação viu com estranheza a "relativa descontração" de Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, nas declarações de terça-feira, e do Governo, em relação ao fim das moratórias.
"Não há nenhuma razão para desdramatizar o final das moratórias como fez o governador do Banco de Portugal."
Fala na possibilidade de o Governo estar a fazer um "balão de ensaio" em abril para o que irá acontecer em setembro, com o fim das moratórias públicas, mas recusa a hipótese.
"Não é boa política fazer um balão de ensaio com 3 mil milhões em créditos e muitas famílias que poderão ficar em risco."
Sobre a proposta discutida esta quarta-feira, no Parlamento, para prolongar as moratórias por mais seis meses, Paulo Valério diz que o contínuo prolongamento não é benéfico.
"Moratórias prolongadas indefinidamente são uma anestesia nas empresas, famílias e economia, que não é benéfica."