Paulo Paixão, presidente da Sociedade Portuguesa de Virologia, diz que a variante Delta veio alterar, em parte, os planos de combate à pandemia. No entanto, atribui também responsabilidades aos comportamentos errados das pessoas.
O virologista admite que possa haver uma nova onda em agosto, como preveem outros países, se os comportamentos continuarem a ser os mesmos. "O vírus aproveita todas as oportunidades, é inteligente", diz.
"O fundamental é dizer as pessoas que podemos ter um bom verão ou podemos ter um pesadelo. Isso depende muito de nós", afirma.
Com a chegada do verão, Paulo Paixão apela a férias com a família ou com "a bolha": "Se começarmos a ter grupos alargados ou festas, fica tudo estragado". Explica ainda que este verão é mais complicado devido à variante Delta.
"Pode haver restrições, mas nesta altura do ano em que há ferias, tem muito a ver com o comportamento individual", esclarece.
"Cada vez que há uma nova variante a impor-se, é mais transmissível e mais grave que a anterior", afirma.
Em entrevista na SIC Notícias, admite que seria "muito otimista" dizermos que as variantes vão "acabar por aqui".
"O que esperamos é que, com a vacinação, o vírus sinta mais dificuldades", esclarece, admitindo a possibilidade de se ajustarem vacinas para combaterem novas variantes.
Sobre o encerramento de escolas no Algarve, o especialista concorda com a medida do ponto de vista de saúde pública.
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