Rubina Correia, do gabinete de crise da Ordem dos Médicos, considera que é preciso cautela numa possível antecipação do desconfinamento.
"Temos de dar um passinho atrás e ter algum cuidado", afirma, quando questionada sobre a possibilidade de levantamento de algumas restrições.
A responsável lembra que a variante Delta, "que é mais contagiosa, assolou o país" e que a cobertura vacinar é "somente um indicador".
Rubina Correia defende que se estudem outros indicadores, como a incidência e os números de óbitos, internamentos e pessoas nos cuidados intensivos. Recomenda ainda "dar mais algum tempo" até termos mais dados depois de período de férias.
"Sabemos que há mais mobilidade durante as férias, estamos com mais pessoas", afirma.
"A prudência exigia esperar mais algum tempo", acrescenta.
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A responsável do gabinete de crise da Ordem dos Médicos lembra que, segundo alguns especialistas, a imunidade de grupo "é quase impossível" devido à variante Delta. Para lá chegarmos, esclarece, era preciso vacinar quase 100% da população e a taxa de eficácia da vacina também tinha de ser perto de 100%.
Questionada sobre uma possível redução do número de dias de isolamento para pessoas vacinadas com teste negativo, Rubina Correia afirma:
"Considera que está a ser produzida muita evidência para revermos algumas medidas".
"A ciência vai ter de fazer o seu trabalho nos próximos tempos", diz ainda.