A Direção-Geral da Saúde recomenda o uso de máscara em aglomerados populacionais, eventos em espaços exteriores e no recreio nas escolas, disse esta quarta-feira a diretora-geral, Graça Freitas.
Ouvida no Parlamento, Graça Freitas não disse quando vai ser atualizada a orientação sobre as máscaras, algo em que os peritos da DGS ainda estão a trabalhar.
A Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) esperava um regresso às aulas mais próximo da normalidade, em que as crianças pudessem "brincar um pouco mais à vontade e descontraídas", explica o presidente Jorge Ascensão.
Já a Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) diz que é preciso evitar um novo encerramento das escolas.
Para o dirigente David Sousa, "mais importante do que retirar o uso da máscara é, neste momento, prevenir um novo confinamento".
O apelo da DGS serve essencialmente de campanha de sensibilização para que os alunos mantenham o uso da máscara, já que a lei geral vai deixar de estar em vigor a partir de segunda-feira.
PSD QUERIA OUVIR GRUPO DE EPIDEMIOLOGIA DA DGS E NÃO A DGS
Logo no início da audição desta quarta-feira, a deputada social-democrata Sandra Pereira disse que o PSD queria ouvir o Grupo de Epidemiologia da DGS que intervém nas reuniões do Infarmed sobre a situação epidemiológica da covid-19 no país e não a DGS, afirmando que "terá havido seguramente aqui algum ruído na comunicação".
O PSD queria ouvir o grupo de peritos que assistia às reuniões que eram feitas no Infarmed para "replicar aqui aquilo que o Governo não quis fazer relativamente ao término da obrigatoriedade do uso de máscaras", declarou Sandra Pereira
A deputada disse que "a lei que está em vigor termina no domingo e o uso de máscara com força obrigatória geral e universal vai terminar e o PSD gostaria de saber, do ponto de vista técnico e científico, os efeitos que isso poderá ter e as cautelas que a população deve ter".
Em resposta, Graça Freitas afirmou que "a convocatória foi assim feita" e foi nesse sentido que se apresentaram "com o dever cívico de responder à Assembleia da República". Por outro lado, disse, as duas direções de serviços da DGS presentes consultam dezenas de peritos, entidades e parceiros do Ministério da Saúde, dependendo do tema.
MÉDICOS DE SAÚDE PÚBLICA DEFENDEM CONTINUIDADE DE USO DA MÁSCARA
A Associação de Médicos de Saúde Pública defendeu na terça-feira a continuidade do uso de máscara para prevenir a covid-19 e a gripe, e poder passar um inverno "mais controlado", permitindo ao SNS retomar o atraso na atividade assistencial.
O presidente em exercício da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública (ANMSP), Gustavo Tato Borges, afirmou que não existe uma data certa para deixar de usar a máscara.
"A Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública continua a sugerir que especialmente nesta fase de inverno que vamos entrar, a máscara continue a ser um equipamento de proteção individual utilizado por todos ou quase todos de maneira a que nos possamos proteger não só da covid-19, mas também da gripe", defendeu Gustavo Tato Jorge.
Segundo o especialista, esta medida possibilitará passar "um inverno bastante mais controlado" no que diz respeito a estas duas patologias e permitirá também que o Serviço Nacional de Saúde possa retomar o atraso que tem relativamente às cirurgias, às consultas e ao acompanhamento dos outros doentes.