Os empresários da diversão noturna aguardam com expetativa as regras com que se vai proceder à reabertura destes espaços, encerrados há 19 meses, e referem que o setor só pode retomar se for permitida a abertura de pistas de dança e a remoção dos limites à ocupação dos espaços.
Depois de quase dois anos, os testes de equipamentos de luz e de som já recomeçam.
"Como foi anunciado que até ao final do mês iríamos ter 85% da população vacinado, isso levaria a que abrissem os bares e as discotecas, como foi prometido. Com base nisso, tenho, realmente, programado, no dia 9 (de outubro), para reabrirmos", refere Liberto Mealha, proprietário de bares e discotecas.
Os empresários da noite esperam o regresso à normalidade num formato o mais aproximado possível das regras do passado.
"Há alguns países em que permitiram a reabertura das discotecas, mas em que não permitiram pista de dança ou o serviço ao balcão. Aqui, não sei o que vai ser, mas espero bem que tenham consciência que isso não são os termos válidos para que a gente possa abrir o negócio", diz o empresário.
Todo o setor parece estar expectante, inclusive os DJs, como é o caso de Pete Tha Zouk, que, aos poucos, espera voltar a ter a sua vida normal, depois de passar de 80 espetáculos por ano para nenhum.
"Existem coisas que já estão suspensas desde 2019. Existem novos pedidos, tanto em Portugal, como no estrangeiro. A perspetiva é muito boa, mas, de facto, tem de haver as condições e tem de haver um 'ok' para que as coisas sejam legais e que as coisas aconteçam, refere o DJ.
Mas isto não há de acontecer muito no Algarve, onde poucos espaços vão abrir agora.
No resto do país, poderia ser diferente, não fosse o sentimento de incerteza e a descapitalização do setor.
"Ainda não percebemos que noite é que vamos ter. Não sabemos se esta crise de confiança por parte dos portugueses vai permitir uma entrada para a noite, uma entrada para as discotecas, para espaços fechados, etc. Portanto, tem de ser de forma cautelosa que a gente olha para este negócio", partilhou José Gouveia, da Associação Nacional de Discotecas.
Os empresários fazem depender a reabertura dos espaços da forma como estes vão funcionar e não querem menos do que casa cheia depois de tanto tempo com os estabelecimento encerrados.
"Podemos comparar uma pista de dança a um autocarro em hora de ponta, a diferença é muito pouca, porque se me disserem que as pessoas para dançarem têm de usar máscara, eu aceito perfeitamente essa condição. Nesse aspeto, a nível de lotação, acho que não faz sentido abrir restrições", refere José Gouveia.
A vacinação também tem peso nas medidas e as discotecas dizem-se prontas para verificar os certificados dos clientes ou para realizarem testes rápidos, junto à porta dos estabelecimentos.
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