Coronavírus

Entrevista SIC

Covid-19: nova variante é um "cocktail de mutações preocupantes"

João Paulo Gomes, diretor de Infeciologia do INSA, diz que, para já, não há motivos para alarme.

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João Paulo Gomes, diretor do departamento de Infeciologia do INSA (Instituto Nacional Ricardo Jorge), esclarece que os dados sobre a nova variante da covid-19, Omicron, são precoces e que "não há, para já, motivos para alarme".

Nesse sentido, questionado se a viagem do Presidente da República a Angola é recomendável, defende que Marcelo Rebelo de Sousa deve ir porque "não há motivos para cancelamento".

No Jornal da Noite da SIC, explica que a variante tem o triplo de mutações do que "qualquer outra linhagem a circular":

"Estamos a falar de 30 e tal quando o normal é 10, 12, 13".

No entanto, acrescenta que o problema é o tipo de mutações. Diz mesmo que se trata de um "cocktail de mutações preocupantes".

Algumas dessas mutações podem aumentar a transmissibilidade do vírus e outras podem impactá-lo, esclarece.

Por isso, o especialista defende a precaução: restrições nos voos oriundos de alguns países parecem-lhe uma medida "segura a prudente".

Nova variante e as vacinas

Sobre o impacto nas vacinas contra a covid-19, João Paulo Gomes lembra que têm aparecido outras variantes que, inicialmente, são consideradas preocupantes, mas desaparecem. Como exemplo, refere a variante Beta, "que nunca passou de 6% na Europa".

O responsável do Instituto Nacional Ricardo Jorge espera ter mais informações sobre a nova variante dentro de duas semanas.

"Há um número que devem reter: a eficácia vacinal contra a hospitalização ronda os 80%. É um número que ninguém se deve esquecer. A mensagem é: vacinem-se o mais possível", remata.

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