Depois de ter sido identificada na África do Sul, a Ómicron tem levado vários países a impor novas regras de restrição para evitar a disseminação desta variante do novo coronavírus. Vasco Peixoto, médico e investigador na Escola de Saúde Pública, considera que é necessário repensar os cenários.
“Nós temos de ter sempre visão que há mais casos que nós não sabemos. Essa situação faz com que nós tenhamos de pensar algumas medidas preventivas a montante para não termos de ter medidas restritivas mais tarde ou para não serem legítimas essas medidas” , explicou em entrevista à Edição da Tarde da SIC Notícias.
O médico lembra que esta nova variante está a ser estuda e sublinha que “há evidência muito forte” que a Ómicron é mais transmissível do que as variantes conhecidas anteriormente, uma vez que “praticamente já substituiu a delta nos casos que existem na África do Sul”.
“Uma variante mais transmissível vai sempre levar a mais casos graves, mesmo que se mantenha a efetividade vacinal. Também há evidência – devido à parte mais biológica das alterações na proteína S – que provavelmente pode haver alguma redução da efetividade. Mas vai continuar a haver efetividade, continua a ser uma arma muitíssimo importante a vacina”, acrescenta Vasco Peixoto.
O especialista acredita que dentro de duas a três semanas o ECDC terá mais informações sobre esta nova variante.
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